quinta-feira, 11 de maio de 2017

CONFISSÃO


CONFISSÃO – A Escritura indica que há dois tipos de confissão entre os homens. Uma delas é a confissão de “Jesus como Senhor” e está relacionada com a salvação inicial da alma (Rm 10:9-10) e a outra é a confissão de pecados, que está relacionada com a restauração de um crente que falhou (1 Jo 1:9).
Muitos Cristãos evangélicos pensam que, para que alguém seja verdadeiramente salvo, deve fazer uma confissão pública de sua fé em Cristo. Romanos 10:9 é usado para apoiar essa ideia. Diz: “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus [a Jesus como Senhor – TB], e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Como resultado, os pregadores evangélicos muitas vezes impelem confissões públicas em suas reuniões e comícios evangélicos. Eles fazem um “chamado ao altar” ao seu público, pedindo àqueles que querem ser salvos para irem à frente fazer uma declaração pública de sua fé. No entanto, se fizermos da confissão da fé em Cristo perante os homens uma condição de sua salvação eterna, então a bênção do evangelho não seria unicamente no princípio da fé, mas teria como base a fé e as obras! E isso é contrário aos fundamentos do evangelho (Rm 3:26-31, 4:4-5; Ef 2:8-9). Além disso, significaria que uma pessoa não poderia ser salva se estivesse sozinha em algum lugar deserto – porque não teria ninguém para quem confessar! De acordo com essa ideia, poderia haver “arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus” (At 20:21 – TB), mas não seria suficiente! Há uma condição adicional – deveria haver confissão de fé a alguém. Mas e se ela morresse antes de ter uma chance de dizer a alguém de sua fé em Cristo? De acordo com esse ensinamento, estaria perdida! Não é necessário dizer que essa ideia equivocada não está de acordo com a Escritura.
“Confessar” em Romanos 10:9 significa “concordar” (Concordância de Strong) ou “expressar acordo” (“homologeo” em grego). A questão é: expressar concordância com quem? A. Roach disse que, à luz de Filipenses 2:11, “toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” e de Romanos 14:11 “toda a língua confessará a Deus”, é claro que essa confissão deve ser feita a Deus, não aos homens. O crente reconhece diante de Deus que “Jesus Cristo é o Senhor”. H. A. Ironside disse: “A confissão aqui não é, naturalmente, a mesma quando nosso Senhor diz: ‘Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos céus’. Essa é antes a confissão da alma ao próprio Deus que ele recebe Jesus como Senhor” (Lectures on Romans, págs. 130-131).
Paulo menciona a “boca” antes de o “coração” (que é a ordem encontrada em Deuteronômio 30:14), mas em Romanos 10:10, ele inverte essa ordem, dando a verdadeira ordem que ocorre quando uma pessoa é salva. Assim, a recepção interna da Palavra por fé resulta em uma expressão externa da fé de alguém na confissão de que “Jesus Cristo é o Senhor”.
Em condições normais, um crente verdadeiro fará uma confissão de sua fé em Cristo diante daqueles de seu convívio. Isso deve acontecer de forma bastante natural, pois as boas novas da salvação são muito boas para que sejam guardadas apenas para nós mesmos. Confissão de nossa fé diante dos homens é bom, e se um crente não confessar Cristo diante dos homens, lhe serão negadas uma recompensa e uma menção honrosa perante o Pai no dia vindouro (Mt 10:32-33) – mas essa não é uma condição pela qual ele é salvo eternamente. Um novo crente pode hesitar em confessar Cristo no início, mas seu bem-estar eterno não depende disso. Paulo ensinou que a bênção da salvação é unicamente sob “o princípio da fé” (Rm 1:17, 3:30, 4:16, 5:1 – todos da JND). Ele estaria contradizendo-se em Romanos 10:9, se estabelecesse a condição de confissão diante dos homens como base da salvação de uma pessoa.
O segundo tipo de confissão tem a ver com pecados, mas é em conexão com um crente sendo restaurado à comunhão com Deus. 1 João 1:9 diz: “Se (nós) confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”. O “nós” neste versículo se refere aos filhos na família de Deus – os Cristãos. Um crente que falhou, tendo permitido o pecado em sua vida, precisa voltar ao seu caminho em arrependimento até o ponto de partida de seu desvio do Senhor e confessar esses pecados a Deus Pai. Ao fazer isso, ele julga a si mesmo e chega ao fundo da causa de seu desvio. Alguém perguntou a J. N. Darby sobre uma situação em que alguém se afastou, mas não pode pensar em nenhum pecado em particular que tenha sido a causa desse afastamento de Deus. Ele disse que nesse caso, a pessoa poderia confessar seu mau estado.

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Muitos têm a ideia de que pecadores arrependidos que vêm a Cristo para a salvação devem confessar seus pecados. Mas a Escritura não diz isso. Se fosse necessário fazer isso para ser salvo, então ninguém seria salvo! Qual pecador pode lembrar-se de todos os seus pecados? Especialmente quando consideramos que “a lâmpada (dos pensamentos) dos perversos é pecado” (Pv 21:4 – TB) e “O pensamento do tolo é pecado” (Pv 24:9). Nesse caso, nossos pecados devem ser milhares – talvez milhões! Seria uma tarefa impossível para um pecador confessar tudo isso. Felizmente, Deus não coloca isso como condição da salvação de nossa alma. O pecador que busca a salvação deve reconhecer (ou confessar) que é um pecador, e ao crer, deve confessar Jesus como Senhor. Mas Deus não exige que ele tenha de confessar cada pecado que cometeu em sua vida para ser salvo.

Um comentário:

  1. Eu confesso que Jesus Cristo é o Senhor e que Deus o ressuscitou dos mortos.
    Eu creio.

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