segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

JUSTIÇA DE DEUS, A



JUSTIÇA DE DEUS, A – Ela tem a ver em como Deus é capaz de salvar os pecadores sem comprometer o que Ele é em Si mesmo. “A justiça de Deus” diz respeito à ação de Deus em amor para salvar os pecadores, mas, ao mesmo tempo, não comprometendo o que Ele é como Deus santo e justo (Rm 3:21).
O pecado do homem aparentemente colocou Deus em um dilema. Como “Deus é amor” (1 Jo 4:9), Sua própria natureza invoca a bênção do homem, pois Ele ama a todos (Jo 3:16). Mas, ao mesmo tempo, “Deus é luz” (1 Jo 1:5), e assim Sua santa natureza exige que, com justiça, o homem seja julgado pelos seus pecados (Hb 2:2). Se Deus agisse de acordo com o Seu coração de amor e trouxesse os homens à bênção sem tratar com os pecados deles, Ele deixaria de ser santo e justo. Por outro lado, se Deus agisse de acordo com a Sua natureza santa e julgasse os homens de acordo com as reivindicações da justiça divina, todos os homens seriam justamente enviados para o inferno, e nenhum seria salvo – e o amor de Deus permaneceria desconhecido. Como Deus então pode salvar os homens e ainda permanecer justo? O evangelho anuncia isso. Ele declara a justiça de Deus e revela a boa notícia de que Ele encontrou um modo de satisfazer Suas santas reivindicações contra o pecado e, assim, conseguir alcançar em amor os pecadores que creem para a salvação. Assim, Deus é apresentado no evangelho como sendo “Justo e Justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:26).
Muitos Cristãos têm a ideia de que a justiça de Deus é algo que é transmitido, ou colocado sobre ou dado ao crente. No entanto, a Escritura não a apresenta dessa maneira. Simplificando, a justiça de Deus se refere a um ato de Deus, não algo que Ele transmite aos homens quando creem. Se Deus nos desse Sua justiça quando fossemos salvos, então Ele ficaria sem ela! W. Scott disse: “É a justiça de Deus, não a do homem. Deus não pode imputar aquilo que é inerente a Si mesmo em Seus tratos com os homens” (Unscriptural Phraseology, pág. 10). É verdade que Deus a tem dado (Rm 5:17), mas isso é no sentido de tê-la garantido ou providenciado para a humanidade, em Cristo, o Homem ressuscitado e glorificado. Assim, Cristo “para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça” (1 Co 1:30), e nós “para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus” para testemunho ao mundo (2 Co 5:21). Mas a justiça de Deus não é algo que foi enviado do céu e colocado sobre o crente, como alguns pensam.
W. Scott também disse: “Não se trata de colocar uma quantidade de justiça dentro ou sobre um homem” (Doctrinal Summaries, pág. 15).
J. N. Darby observou: “O reconhecimento do homem como sendo justo é a sua posição diante de Deus, e não a quantidade de justiça transferida a ele” (Collected Writings, vol. 23, pág. 254).
F. B. Hole disse algo semelhante: “Não devemos ler essas palavras [‘a justiça de Deus’] com uma ideia comercial em nossa mente, como se quisessem dizer que chegamos a Deus trazendo uma porção de fé para a qual recebemos em troca o equivalente em justiça, assim como um comerciante troca bens por dinheiro” (Outlines of Truth, pág. 5).
Algumas traduções modernas, infelizmente, dizem: “justiça que vem de Deus” (Rm 1:17, 3:21-22, 10:3, Fp 3:9). Estas são traduções incorretas que fazem com que as pessoas pensem que é algo que Deus transmite ou dá aos crentes quando creem no evangelho.
A justiça de Deus mostra o que Deus tem feito ao tomar a questão do pecado e resolvê-la para Sua própria glória e para a bênção do homem. Ele enviou Seu Filho para ser aqu’Ele que levaria sobre Si o pecado, e em Sua morte, Deus julgou o pecado de acordo com a Sua santidade. O Senhor Jesus tomou o lugar do crente diante de Deus e levou seus pecados (o julgamento deles) “em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (1 Pe 2:24). Sua obra “consumada” na cruz (Jo 19:30) satisfez plenamente as reivindicações da justiça divina e pagou o preço pelos pecados do crente. Assim, Deus não comprometeu o que Ele é como Deus santo e justo ao estender a bênção ao homem. O amor de Deus veio aos homens com a boa notícia de que Ele pode, sobre uma base justa, redimir, perdoar, justificar e reconciliar o pecador que crê.

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