domingo, 10 de dezembro de 2017

RESSURREIÇÃO



RESSURREIÇÃO – O homem é um ser tripartido – tendo um espírito, uma alma e um corpo. A morte física ocorre quanto o espírito e a alma se separam do corpo (Tg 2:26). A ressurreição, por outro lado, envolve a reunião da alma e do espírito com o corpo. A Escritura diz: “todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15:22). O “todos” nesta passagem refere-se a todos da raça humana – independentemente de serem salvos ou perdidos. Todos os mortos ressuscitarão, embora não todos ao mesmo tempo. Na verdade, há duas ressurreições: uma que envolve “os justos” e outra envolvendo “os injustos” (Jo 5:26-30; At 24:15; Ap 20:5, 12-13). A Escritura indica que essas duas ressurreições ocorrerão com cerca de mil anos de diferença. Isso é algo que os santos do Velho Testamento não conheciam; eles só conheciam a ressurreição de uma maneira geral (Jo 11:24). O evangelho trouxe luz sobre esse assunto e agora sabemos que há duas ressurreições (2 Tm 1:10).
A primeira ressurreição, referindo-se aos justos, é mencionada como a ressurreição “de entre os mortos” na tradução de J. N. Darby. Assim, ela é seletiva; os justos que morreram serão selecionados de entre os mortos injustos e serão ressuscitados. Essa ressurreição foi ensinada pela primeira vez pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 17:9) e depois pelos apóstolos (Rm 6:4; 1 Co 15:20; Ef 1:20; Fp 3:11, Cl 1:18 etc.). A primeira ressurreição tem três fases:
  • “Cristo, as primícias” (1 Co 15:23a). Isso aconteceu quando o Senhor ressuscitou de entre os mortos (Mt 28:1-6). O caráter de Sua ressurreição é uma amostra daquilo que acontecerá também com os justos. Por isso, Ele é “as primícias” dessa ressurreição.
  • “Os que são de Cristo, na Sua vinda” (1 Co 15:23b). Isso se refere aos santos do Velho e do Novo Testamento que serão ressuscitados no Arrebatamento (1 Ts 4:15-18; Hb 11:40).
  • Os judeus e gentios fiéis que morrerem durante a 70ª semana de Daniel serão ressuscitados no final da grande tribulação, completando assim a primeira ressurreição (Ap 14:13).
Os Cristãos geralmente falam da ressurreição e da imortalidade quando os santos receberem “novo” corpo, mas isso não é biblicamente correto. A Escritura não diz que os santos receberão “novo” corpo, mas sim que o corpo deles será “transformado” (Jó 14:14; 1 Co 15:51-52; Fp 3:21). O próprio corpo no qual os santos viveram será ressuscitado, mas em uma condição completamente diferente – glorificado (Lc 14:14; Jo 5:28-29; 1 Co 15:51-55; 1 Ts 4:15-16 etc.). Isso é afirmado claramente em 1 Coríntios 15:42-44, ao dizer que o mesmo corpo que é “semeado” na terra, no enterro, ressuscitará novamente. Observe o uso da palavra “o corpo” na passagem, referindo-se à semeadura e à ressurreição. Se os santos recebessem “novo” corpo quando o Senhor viesse, então não haveria necessidade de o Senhor ressuscitar o corpo dos santos no qual eles já viveram. Se tomarmos essa ideia equivocada e avançarmos para a conclusão lógica, ela realmente negará a ressurreição. Para evitar uma ideia como essa, a Escritura é cuidadosa em nunca dizer que receberemos “novo” corpo.
A Escritura registra dez casos de pessoas ressuscitadas dentre os mortos, mas estas não fazem parte da primeira ressurreição (1 Rs 17:21-22; 2 Rs 4:32-37, 13:20-21; Mt 9:24-25, 27:52-53; Lc 7:14-15; Jo 11:43-44; At 9:40-41, 14:19-20, 20:9-11). Todos esses morreram novamente. A primeira ressurreição é uma ressurreição a um estado de glorificação; aqueles assim ressuscitados nunca morrerão novamente.
A segunda ressurreição – dos injustos – ocorrerá no final do Milênio (Ap 20:5, 11-15). Os mortos ímpios serão ressuscitados naquele momento e julgados diante do grande trono branco e depois lhes será atribuída uma eternidade perdida no lago de fogo.

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A Escritura indica pelo menos doze razões pelas quais Deus ressuscitou o Senhor Jesus de entre os mortos:
  • Para cumprir a Escritura (1 Co 15:3-4).
  • Para provar que o Senhor Jesus é o Filho de Deus (Rm 1:4).
  • Para colocar um selo de aprovação na obra consumada do Senhor na cruz (1 Pe 1:21).
  • Para que o Senhor fosse estabelecido como um objeto da fé para a salvação (Rm 10:9).
  • Para a nossa justificação (Rm 4:25).
  • Para que o Senhor fosse a Cabeça da raça da nova criação (Cl 1:18).
  • Para que o Senhor pudesse realizar Sua intercessão como Sumo Sacerdote (Rm 8:34; Hb 7:25).
  • Para que pudéssemos produzir fruto para Deus em nossa vida (Rm 7:4).
  • Para que o Senhor fosse o Primogênito dos que dormem (1 Co 15:20).
  • Para fortalecer a fé de Seus discípulos para testemunhar por Ele (At 2:32-36).
  • Para demonstrar o poder de Deus ao estabelecer o reino de acordo com as promessas do Velho Testamento (Ef 1:19-20).
  • Para dar certeza a todos os homens a respeito do julgamento vindouro (At 17:31).

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A ressurreição também é usada em um sentido nacional. Israel terá uma ressurreição nacional dentre os mortos (Is 26:19; Ez 37:1-14; Dn 12:2; Os 6:2; Rm 11:15). A nação de Israel se tornou inexistente por cerca de dois mil anos, mas quando o Senhor vier (Sua Aparição) e restaurar a nação, haverá uma reaparição pública da nação. Na verdade, ela se tornará a principal nação da Terra durante o período do Milênio.
O retorno de cerca de cinco milhões de judeus para sua terra natal desde 1948 não é essa ressurreição nacional. Mas sim “a figueira” produzindo “folhas”, mas sem nenhum fruto para Deus (Mt 24:32). Os judeus na sua terra hoje não reconheceram Jesus Cristo como seu Messias, e, portanto, há apenas uma profissão exterior de vida espiritual entre eles, da qual falam as folhas da figueira. Não haverá fruto para Deus em Israel até que eles recebam Cristo como seu Messias (Gn 49:22; Os 14:8). Quando o fizerem, Ele os restaurará, e então haverá essa ressurreição nacional da qual a Escritura fala.

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