quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

UNIDADE DO ESPÍRITO, A

UNIDADE DO ESPÍRITO, A – Essa expressão tem a ver com a unidade prática que deve existir entre os membros do corpo de Cristo (Ef 4:3-4). É uma unidade de comunhão que o Espírito de Deus está formando na Terra para expressar a verdade do “um só corpo” (Ef 4:4). F. G. Patterson disse que manter a unidade do Espírito é “esforçar-se para manter em prática aquilo que existe de fato”. Assim, Deus queria ter os membros do corpo de Cristo andando juntos eclesiástica e praticamente, para que o mundo visse uma demonstração da unidade que existe no corpo de Cristo – independentemente de onde os membros do corpo estivessem localizados na Terra.
“A unidade do Espírito” não é meramente uma exortação para ter unidade na comunhão da igreja em certa localidade; é mais do que isso. Esta unidade tem em vista o único corpo – como o versículo seguinte (Ef 4:4) afirma: “há um só corpo”. Como o corpo de Cristo não está em nenhuma localidade na Terra, é claro que isso está se referindo a uma unidade de crentes em todo o mundo. Assim, Deus quer que os Cristãos andem juntos universalmente em comunhão, dando expressão ao fato de que eles são um só corpo, mesmo que os membros estejam em muitos lugares na Terra. O ato de partir o pão é uma confissão prática desta verdade (1 Co 10:16-17), mas a Igreja também deve manifestar a unidade do corpo em questões práticas de comunhão e disciplina. Deus quer que isso seja realizado em uma escala mundial – onde quer que os membros do corpo estejam situados na Terra. Isso exclui a ideia de que as assembleias locais sejam autônomas. As epístolas aos coríntios enfatizam esse lado da verdade.
Muitos confundem a unidade do Espírito (Ef 4:3) com a união do corpo e da Cabeça (1 Co 12:12-13; Ef 2:15). Devemos manter a primeira, mas Deus mantém a última pela habitação do Espírito. A unidade do Espírito pode ser interrompida e quebrada. Mas a união nunca pode ser quebrada. Nos primeiros dias da Igreja, essa unidade foi guardada. Os santos “estavam todos concordemente” (At 2:1 – ARF, 4:32), mas é triste dizer que não permaneceu assim por muito tempo. C. H. Brown disse: “Evidentemente, a unidade do Espírito deve ter sido quebrada em algum momento, resultando dois grupos que se separaram um do outro. A unidade do Espírito deve ter sido quebrada, e de fato foi” (The Ground of Gathering, pág. 28). C. H. Mackintosh disse: “Quebrar a unidade do Espírito seria o caso se sustentássemos que havia muitos corpos” (The Church, pág. 9). J. N. Darby disse: “Ananias e Safira foram os primeiros a quebrá-la (At 5); depois disso, você encontra os helenistas murmurando contra os hebreus (At 6)”. A União, por outro lado, permanece intacta universalmente, independentemente de os membros do corpo de Cristo caminharem juntos na unidade prática ou não. União, portanto, não é o mesmo que a unidade. Para enfatizar a diferença entre elas, tem sido dito que se amarrássemos dois gatos pelas caudas, teríamos união, mas não teríamos unidade.
É um fato triste que a Igreja não tenha mantido a unidade do Espírito e, como resultado, ela se tenha dividido em testemunho. Hoje, existem milhares de partidos, seitas e comunhões – cada um com seus próprios princípios de governo, todos independentes uns dos outros. Embora isso seja verdade, os Cristãos ainda podem manter a unidade do Espírito hoje, mas isso só pode se cumprir em um testemunho remanescente. A unidade do Espírito encontra seu centro em Cristo e guardá-la envolve estar em harmonia com a mente do Espírito que conduz os Cristãos a esse objetivo prático. Os membros do corpo não devem apenas reconhecer a autoridade de Cristo em todas as coisas, mas também devem caminhar em santidade e verdade, porque o Espírito de Deus, que reúne Cristãos de acordo com a verdade de Deus, é “o Espírito de santidade” e “o Espírito de verdade” (Rm 1:4 – ARA; Jo 14:17). Isso envolve, necessariamente, separação de tudo, seja doutrina ou prática, que esteja inconsistente com Sua Pessoa.

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