terça-feira, 18 de outubro de 2016

EXPIAÇÃO



EXPIAÇÃO – Este termo não é encontrado no Novo Testamento, mas a sua verdade certamente é. Aqueles que ensinam sobre a Bíblia usam a palavra “expiação”, fazendo referência à obra que Cristo realizou na cruz na aniquilação do(s) pecado(s) pelo sacrifício de Si mesmo (Hb 9:26).
A palavra “expiação” (“kaphar” em hebraico) significa cobrir (Lv 16:6, 10-11, 16-18, 27 etc.). Os sacrifícios pelo pecado no Velho Testamento fizeram isso, “cobriram” os pecados do povo diante de Deus (Sl 32:1). Mas esses sacrifícios não poderiam “tirar” pecados (Hb 10:4). Isso exigiu um sacrifício infinitamente maior do que os “dos touros e dos bodes”. Hoje, por conta da obra consumada de Cristo na cruz, os pecados daqueles que creem são “aniquilados” (Hb 9:26) e “tirados” (1 Jo 3:5). Uma vez que a obra consumada de Cristo fez muito mais do que fornecer uma cobertura para o pecado, a palavra “expiação” desaparece no Novo Testamento, quando a morte de Cristo está sendo considerada. As duas partes de Sua obra consumada estão centradas em:
·     PROPICIAÇÃO – atende às santas reivindicações de Deus contra o pecado.
·     SUBSTITUIÇÃO – atende à nossa culpa.

1) Propiciação – (Rm 3:25; Hb 2.17; 1 Jo 2:2, 4:10)

Refere-se ao lado do sofrimento e morte de Cristo que a natureza santa de Deus reivindicou, tendo Cristo concedido uma satisfação completa às reivindicações da justiça divina. Esse é o lado de Deus na obra de Cristo. Ela foi realizada para “todo o mundo” (1 Jo 2:2) e para “toda” a humanidade (Rm 3:22; 2 Co 5:15; 1 Tm 2:6), e, assim, fez com que todo o mundo possa ser salvo.
Em Romanos 3:25, J. N. Darby traduz “propiciação” como “propiciatório”. O sentido dado pelo apóstolo Paulo nesse versículo é que Deus estabeleceu Cristo como o Propiciatório no testemunho do evangelho. O propiciatório, no sistema de sacrifício do Velho Testamento, era o lugar onde Deus Se encontrava com o Seu povo com base no sangue de uma vítima – o sacrifício (Êx 25:21-22; Lv 16:14). O sangue sobre o propiciatório ilustra (figurativamente) o que o evangelho anuncia – que a propiciação foi feita. Cristo glorificado nas alturas agora é o divino Lugar de reunião para que todos no mundo venham e sejam salvos. Ele não está na cruz hoje, mas está ressuscitado e assentado em glória nas alturas, como um Objeto de testemunho para que todos possam crer. Assim, o pecador que deseja ser salvo não vem a um Salvador morto na cruz, mas a um Salvador ressuscitado e assentado nas alturas. Os apóstolos pregaram Cristo como tal (um Salvador ressuscitado) por todo o livro de Atos (At 4:10-12, 5:29-32, 10:38-43, 13:22-39, 16:31).

2) Substituição – (1 Pe 3:18 – “o Justo pelos injustos”)

Refere-se à parte da obra de Cristo na cruz que trata com o fato de Ele ter assumido nossa posição de culpados sob o julgamento de Deus, e assim suportado os nossos pecados em Seu próprio corpo sobre o madeiro (1 Pe 2:24). Propiciação é para todo o mundo (1 Jo 2:2), mas a substituição só se aplica para aqueles que creem. A palavra “substituição” não está na Bíblia, mas a sua verdade é encontrada em muitos lugares. Por exemplo, quando o lado do crente na obra de Cristo está sendo visto (substituição) a Escritura diz “muitos” – referindo-se aos muitos que creem (Is 53:11-12; Mt 20:28, 26:28; Jo 17:2; Rm 5:19; Hb 2:10, 9:28). Ou, ela dirá, “nos”, “nosso” ou “nós” – novamente referindo-se a esse mesmo grupo de crentes (Rm 4:25; 1 Co 15:3; 1 Pe 2:24; Ap 1:5 etc.). Isaías 53 menciona dez vezes a obra substitutiva de Cristo – versículos 5 (quatro vezes), 6, 8, 10, 11, 12 (duas vezes).
Um erro frequente na pregação de hoje é contar aos pecadores perdidos que Cristo morreu pelos pecados deles. Se essa afirmação errônea for desenvolvida até sua conclusão lógica, faz Deus ser injusto em Seu trato com os homens! Se de fato Cristo suportou o julgamento pelos pecados de todos os homens, então Deus não julgaria nenhum pecador, porque o preço teria sido pago pelos pecados. Portanto, é incorreto anunciar para um público de incrédulos que Cristo morreu pelos seus pecados, ou que Cristo levou seus pecados. Ele só levou os pecados daqueles que creem – os “muitos” (Is 53:12; Hb 9:28). Dessa ideia errada vem o pensamento de que no dia do juízo, Deus não julgará o incrédulo por seus pecados, porque isso foi resolvido na cruz. A questão naquele dia (eles pensam) será simplesmente se uma pessoa recebeu a Cristo ou não. Se eles não O receberam por fé, eles serão julgados com base nisso, como os que rejeitaram a Cristo. Isso, no entanto, não é a verdade da Escritura que diz que os perdidos serão julgados “segundo as suas obras” (Ap 20:12-15). Como regra geral, no evangelho devemos pregar propiciação para o mundo (1 Tm 2:6), e aos pecadores que crerem na mensagem da graça de Deus, devemos ensinar a verdade da substituição para que tenham paz.

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Romanos 3:25 mostra o lado de Deus na obra de Cristo na cruz, enfatizando a propiciação, enquanto Romanos 4:25 mostra o lado do crente na obra de Cristo na cruz, enfatizando a substituição. Em 1 Pedro 3:18, o apóstolo Pedro liga estas duas verdades, e então acrescenta a elas a verdade da reconciliação. Ele disse: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados (propiciação), o Justo pelos injustos (substituição), para levar-nos a Deus (reconciliação).
As duas partes da expiação são ilustradas nos sacrifícios feitos no Dia da Expiação. Ela foi primeiramente feita para a casa de Aarão (Lv 16:11-14), que representa a Igreja como um grupo de sacerdotes (1 Pe 2:5; Ap 1:6). E, em seguida, para a casa de Israel (Lv 16:15-22), que é uma figura do remanescente de Israel entrando na bênção da obra de Cristo na cruz em um dia vindouro (Rm 11:26). A sequência desses eventos é significativa e indica que a Igreja entra no benefício da expiação que Cristo fez na cruz antes do remanescente de Israel entrar. Embora a expiação tenha sido feita duas vezes no capítulo (em favor desses dois grupos), ela representava a obra única de expiação que o Senhor fez na cruz.
Em cada um desses sacrifícios são vistas a propiciação e a substituição. No que diz respeito à casa de Aarão, um novilho foi levado ao altar e foi morto, e seu sangue foi espargido “sobre” o propiciatório diante de Deus (v. 14a). Isso é uma figura da propiciação. Em seguida, sete gotas de sangue foram espargidas no solo “diante” do propiciatório, onde os sacerdotes (os filhos de Aarão) ficavam em pé e ministravam (v. 14b). Isso é uma figura da substituição.
No que diz respeito à casa de Israel, um dos dois bodes que tinham sido tomados para o sacrifício era levado ao altar e era morto, e seu sangue era espargido “sobre” o propiciatório. Isso fala de propiciação. Em seguida, o bode vivo que tinha os pecados do povo confessados sobre ele, era enviado para o deserto (vs. 21-22). Isso representava os pecados dos filhos de Israel sendo confessados (Sl 69:5) e carregados (Is 53:12) por Cristo na cruz, como Substituto deles. Quando o remanescente de Israel vier para receber o benefício dessa obra em um dia futuro, eles vão entender que os seus pecados foram removidos para tão longe quanto o Oriente é do Ocidente (Sl 103:12). W. Kelly disse: “A expiação consiste em duas partes, unidas para nós no novilho, e para Israel nos dois bodes de Levítico 16, que estabeleceram a parte de Jeová na propiciação e a parte do povo na substituição” (The Bible Herald, vol. 1, pág. 234).
A arca de Noé, que foi o meio de Deus salvar Noé e sua família, também representa estas duas partes na expiação. Ao fazer a arca, Noé tinha que passar betume nela “por dentro e por fora” (Gn 6:14). “Betume” é a mesma palavra de “atone” em hebraico de onde vem a palavra “atonement (expiação)” em inglês. Foi o que deixou a arca impermeável à chuva (julgamento) que veio contra ela. Deus viu o betume do lado de fora, e a família de Noé viu o betume do lado de dentro. Isso representa propiciação e substituição.
Embora a Bíblia faça distinção entre os sofrimentos expiatórios de Cristo, Sua morte expiatória, e Seu sangue expiatório, Deus quer que tomemos as três partes como sendo uma obra. Muitos têm caído em graves erros separando-as umas das outras. Como regra geral, devemos distingui-las, mas não separá-las.

ASSEMBLEIA (IGREJA)



ASSEMBLEIA (IGREJA) – A palavra traduzida como “assembleia” (igreja) é “ekklesia” em grego. Isso significa “chamados para fora”, e refere-se àqueles que foram chamados juntamente com um propósito. Ela é mencionada uma vez em conexão com os filhos de Israel – um grupo de pessoas chamado para fora do Egito para um relacionamento com o Senhor. Enquanto eles estavam no deserto em seu caminho para a terra de Canaã, Estevão a chamou de “a assembleia no deserto” (At 7:38 – JND). A palavra “assembleia” também foi usada uma vez em conecção com um grupo de gentios pagãos (incrédulos), que foi convocado para tomar uma decisão sobre o seu negócio (At 19:32, 41).
Todas as outras referências à “assembleia” na Escritura falam de um grupo especial de pessoas que creram no evangelho e assim receberam o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador – isto é: os Cristãos. Eles foram “chamados fora” da massa da humanidade para um lugar especial de favor e bênção diante de Deus, em relação com Cristo, que é “a Cabeça da assembleia” (Ef 5:23 – JND). O termo é usado de duas maneiras em conexão com os Cristãos:
  • Em primeiro lugar, para descrever os crentes no Senhor Jesus universalmente. Trata-se de todos os que creem n’Ele e são selados com o Espírito Santo, desde o dia de Pentecostes ao Arrebatamento (Mt 16.18; Ef 1:22, 5:25, 29, 32 etc.).
  • Em segundo lugar, para descrever os crentes no Senhor Jesus em sua localidade (em um povoado ou uma cidade), exercendo juntos suas funções como um grupo reunido para adoração e ministério (Mt 18:18; At 11:22, 13:1; Rm 16:1, 5; 1 Co 1:2; Cl 4:15-16; 1 Ts 1:1 etc.). 

É digno de se notar que a Escritura se refere ao aspecto local da assembleia com muito mais frequência (cerca de 90 vezes) do que o seu aspecto universal (cerca de 20 vezes). Distinguir esses dois aspectos requer simplesmente examinar o contexto da passagem, onde o termo é encontrado.
Um equívoco comum, em conexão com o aspecto local da assembleia, é vê-la meramente como a soma de todos os crentes em uma determinada cidade ou povoado, mas isso não está correto, pois estaria fazendo a assembleia local ser apenas uma versão resumida do que ela é em seu aspecto universal. Essa definição errônea tem levado à ideia de que hoje não há nada na Terra, em qualquer cidade ou povoado, que possa ser considerada como a assembleia local, porque a Igreja, no seu testemunho, está num estado irremediavelmente dividido. No entanto, a Escritura indica que ainda pode haver uma assembleia local em uma cidade ou povoado, mesmo que nem todos os crentes dessa cidade ou povoado estejam presentes em tal assembleia. A primeira referência na Palavra de Deus a uma assembleia local mostra claramente que são aqueles que têm sido biblicamente reunidos para o nome do Senhor pelo Espírito Santo em uma determinada cidade (Mt 18:15-20). O Senhor disse, buscando explicar os problemas que poderiam ameaçar a unidade dos santos, que se pode chegar a um ponto onde eles precisariam falar à assembleia – “dize-o à assembleia (igreja)” e, portanto, levar ao seu conhecimento a dificuldade apresentada. Depois de falar da autoridade da qual a assembleia foi revestida para agir administrativamente na questão, se fosse necessário (Mt 18:18-19), continua a definir o que é uma assembleia local, dizendo: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Então, de uma forma clara, a assembleia local são os santos reunidos ao Seu nome. Mesmo se fossem apenas dois ou três reunidos dessa forma, seria ainda “a assembleia” em uma determinada cidade ou povoado.
Quando olhamos na Bíblia para outras referências à assembleia local, vemos que ela se reúne e atua de forma prática, independentemente da presença de todos os Cristãos daquela localidade. Ela se reúne para partir o pão (1 Co 11:18-26) e para ser ensinada pela Palavra de Deus (1 Co 14:3-5). A Escritura também indica que a assembleia é algo que um Cristão pode não estar sempre dentro (1 Co 14:18-19), e algo do qual uma pessoa pode realmente ser expulsa! (3 Jo 10) Na verdade, até mesmo incrédulos poderiam ser achados nela se considerarmos esse aspecto da assembleia! (1 Co 14:23-24). Essas coisas mostram que o aspecto local da assembleia é diferente do seu aspecto universal. Assim, enquanto a assembleia local, em princípio, abrange todos os verdadeiros crentes em uma cidade ou povoado, ela pode não conter todos os crentes naquela localidade de forma prática.
J. N. Darby disse: “É claro que os Cristãos de um determinado lugar, tendo sido reunidos, eram verdadeiramente a assembleia daquele lugar. Mas não era apenas a assembleia que reconhecia a Deus, mas aquela a qual Deus mesmo a reconhecia; aquela que desfrutava com exclusividade dos privilégios que apenas Ele poderia conceder a ela, por ser Sua assembleia” (Collected Writings, vol. 1, pág. 260). W. Kelly disse: “Onde há apenas três reunidos sob os princípios de Deus (isto é, no terreno da Igreja), é, se assim posso dizer, igreja, se não a igreja. Se houvesse três mil verdadeiros santos reunidos, mas não sob princípios de Deus, eles não seriam a igreja” (Lectures on Matthew, pág. 327). Assim, embora a maioria dos Cristãos de uma determinada cidade ou povoado não está reunida ao nome do Senhor, aqueles que estão no verdadeiro terreno da assembleia naquela cidade ou povoado são reconhecidos por Deus como tal pela presença de Cristo no meio deles, de acordo com Mateus 18:20.
Tendo estabelecido este ponto, nos adiantamos em dizer que está certamente fora de todo o caráter do Cristianismo, que aqueles reunidos ao nome do Senhor se denominem, formalmente, “a assembleia” deste ou daquele lugar. Quão inapropriado seria, em um dia de ruína para aqueles assim reunidos, proclamar que são a assembleia em uma determinada cidade ou povoado, mesmo que eles possam crer verdadeiramente que estejam moralmente nesse terreno. J. N. Darby disse: “É claro que, se dois ou três estiverem reunidos, são uma assembleia, e, se estiverem biblicamente reunidos, uma assembleia de Deus; e se não, o que mais seriam? Se for a única em determinado lugar, é a assembleia de Deus naquele lugar, mas eu faço uma objeção a se tomar o título para si de forma prática, porque a assembleia de Deus, em qualquer lugar, abrange propriamente todos os santos desse tal lugar, e há um perigo prático para as almas em assumirem esse título e perderem de vista a ruína, e se estabelecerem como sendo algo... porém se houver uma assembleia assim estabelecida, e outra for criada pela vontade do homem em independência daquela, apenas a primeira será moralmente, aos olhos de Deus, a assembleia de Deus, e a outra absolutamente não o será, porque ela foi estabelecida em independência da unidade do corpo” (Letters of J. N. Darby, vol. 1, pág. 424).
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Quanto à linha de tempo da chamada e formação da assembleia em seu aspecto universal, a Escritura indica que ela começou com a descida do Espírito Santo do céu, no dia de Pentecostes (At 2:1-4). Era um novo “começo” nos caminhos de Deus (At 11:15). Não foi um avivamento nas relações de Deus com Israel, como foi o caso nos dias de Ezequias e de Josias, mas uma coisa totalmente nova nos caminhos de Deus. Essa coisa nova – a Igreja ou Assembleia – foi formada pelo batismo do Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33; At 1:5, 11:16; 1 Co 12:13). (Veja: Batismo do Espírito Santo). A Escritura indica claramente que a Igreja não existia antes desse momento inicial, quando o Espírito de Deus veio habitar nos crentes reunidos naquele cenáculo. Portanto ela não poderia ter existido nos tempos do Velho Testamento, nem poderia ter existido nos dias do ministério terreno do Senhor. Os quatro pontos seguintes provam isso:
  • O MINISTÉRIO DE CRISTO – Nos dias do ministério terreno do Senhor, Ele ensinou aos Seus discípulos que iria edificar a Igreja em algum momento futuro. Ele disse: “Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja” (Mt 16:18). Claramente, ela não existia naquele tempo.
  • A MORTE DE CRISTO – Efésios 2:14-16 afirma que uma das coisas que caracterizam a Igreja é que “o muro de separação” entre crentes judeus e gentios foi derrubado e que a “inimizade” que existia entre eles foi desfeita. Isso, diz Paulo, foi feito na morte de Cristo “na cruz”, significando que a Igreja não poderia ter existido antes de Cristo morrer.
  • A RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DE CRISTO – Efésios 1:20-23 e Colossenses 1:18 indicam que, antes que a Igreja pudesse ser trazida à existência, Cristo, que estava destinado a ser a sua cabeça, deveria ressuscitar dos mortos e subir ao céu (Jo 7:39).
  • O ENVIO DO ESPÍRITO SANTO POR CRISTO – 1 Coríntios 12:13 afirma que a Igreja foi formada pela vinda do Espírito Santo para habitar neste novo grupo de crentes. Isso não aconteceu até o Pentecostes. 
A Igreja pode ser vista na Escritura em pelo menos doze figuras diferentes, que descrevem seus vários aspectos. Elas são:
  • UM CORPO – a unidade que existe entre os membros (Rm 12:4-5; Ef 4:1-16).
  • UMA CASA – o testemunho público do caráter de Deus (1 Tm 3:14-16; 1 Pe 2:5-9).
  • UM TEMPLO – o lugar da santa morada do Senhor (Sl 93:5; 1 Co 3:16-17; Ef 2:21).
  • UM REBANHO – o divino Centro de reunião (Cristo) (Jo 10:16; At 20:28; 1 Pe 5:2).
  • UMA NOIVA – o amor e afeição de Cristo por ela (Ef 5:26-31; Ap 19:7-9, 21:2, 9).
  • UMA ESPOSA – herdeiros da herança (Rm 8:17; Ap 19:7-9, 21:9).
  • UM TESOURO – a preciosidade de cada indivíduo para Cristo (Mt 13:44).
  • UMA PÉROLA – seu valor e beleza coletiva para Cristo (Mt 13:45-46).
  • UMA LAVOURA – seu serviço (1 Co 3:5-9).
  • UMA POUSADA- seu amor e cuidado por outros (Lc 10:30-37).
  • UM CASTIÇAL – testemunho e privilégios da assembleia local (Ap 1:12, 20, 3:22).
  • UMA CIDADE – sua administração no mundo por vir (Ap 21:9-22:5).

sábado, 15 de outubro de 2016

INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO


Conhecer o significado dos termos da Escritura é essencial para entender a revelação divina que Deus colocou em nossas mãos – a Bíblia. Sem uma compreensão básica destes termos e expressões doutrinais, iremos certamente perder o que Deus deseja que aprendamos por meio de Sua Palavra.
Olhando para a Cristandade como um todo, parece que a exatidão doutrinal não é considerada como de suma importância pela maioria dos Cristãos. Como resultado, muitos deles não têm aplicado tempo necessário para se familiarizarem com os significados dos termos e expressões nas Escrituras. Isso os deixou um tanto mal instruídos quanto a estas coisas. Comparativamente hoje há poucos que estão "fundados e firmes" e "confirmados na fé" (Cl 1:23, 2:7), e, como consequência disto, muitos estão sendo "jogados de um para outro lado e levados ao redor por todos os ventos de doutrina" (Ef 4:14 – ATB).
Um dos problemas entre aqueles que têm interesse em conhecer o significado dos termos da Escritura é que tentam entendê-los por meio do uso de significados modernos das palavras no nosso idioma. Parece que não compreendem que a Bíblia é sua própria intérprete. Assim sendo, como regra geral, quando procuramos compreender um determinado termo, temos de olhar para dentro das capas do próprio Livro para aprender como Deus usa esse termo, a fim de entender qual o seu significado em determinada passagem.
Outra coisa comum é a "homogeneização" dos termos da Escritura. Muitos termos são generalizados e assumidos como sendo sinônimos quando eles não são. Infelizmente, muito tem sido perdido por manejar a Palavra de Deus dessa maneira. Deus, porém, não é redundante quando faz uso dos termos. Se Ele usa uma palavra diferente em uma passagem, é porque há um significado diferente que está sendo transmitido.
Percebendo a necessidade entre os Cristãos do entendimento destes termos na Escritura, vários livros foram produzidos por vários autores, em um esforço para ajudar as pessoas a compreender melhor suas Bíblias. Isso é louvável. No entanto, na maioria desses esforços, os próprios escritores não tinham claras para si mesmos muitas das doutrinas das Escrituras, e aquilo que eles têm apresentado, em muitos casos, tem causado confusão. Comentando sobre este dilema, F. B. Hole disse, "o ensinamento Cristão... com demasiada frequência tem se aproveitado de termos usados na revelação de Deus, a Bíblia, e, então, após tê-los esvaziado do seu significado bíblico, encheu-os novamente com outro significado para atender aos seus próprios interesses" (Paul’s Epistles, vol. 2. págs. 100-101). Portanto, se nos basearmos nas explicações que estão sendo ensinadas na Cristandade, poderemos não obter a verdade.
Uma vez que existem divergências entre os instrutores Cristãos quanto ao significado destes termos doutrinais da Escritura, uma boa pergunta a se fazer é: "Qual autor ou livro uma pessoa deve ler para garantir que ela esteja adquirindo a verdade?" É nossa convicção de que Cristãos que procuram a verdade em sua forma mais pura (com o máximo de exatidão) devem se apegar, o tanto quanto possível, aos ensinamentos daqueles que estiveram ligados ao movimento de Deus para recuperar muita verdade nos anos 1.800. Esses seriam homens espirituais e de discernimento, tais como: J. N. Darby, J. G. Bellett, G. V. Wigram, C. H. Mackintosh, W. Kelly, F. G. Patterson, F. W. Grant, C. Stanley, A. P. Cecil, E. Dennett, T. B. Baines, A. Miller, W. Scott, J. A. Trench, W. T. Turpin, W. W. Fereday, H. H. Snell, W. J. Hocking, W. T. P. Wolston, S. Ridout, H. Smith, etc. Esses homens estavam mais próximos da fonte, quando Deus a abriu novamente e trouxe de volta à Igreja muitas preciosas verdades que haviam sido perdidas por séculos. Como resultado, seus escritos apresentam a verdade com um brilho inigualável. Grande parte do trabalho de desfazer as ideias errôneas que têm permanecido no mundo Cristão há anos, tem sido feita por esses homens.
O objetivo deste livro é ajudar os crentes no Senhor Jesus Cristo a compreender melhor a revelação divina da verdade Cristã, fornecendo uma versão condensada da verdade doutrinária que foi recuperada nos anos de 1.800. Não é, de maneira alguma, uma exposição exaustiva do que foi trazido à tona naquele momento, mas acreditamos que o que é apresentado neste livro é uma exposição clara e precisa do que esses homens sustentaram e ensinaram. A nossa preocupação do começo ao fim tem sido a de apresentar a verdade em uma linguagem que nossa geração atual possa entender, e, ao mesmo tempo, não perder nada da sua profundidade.
É nossa convicção de que cada Cristão precisa aplicar um tempo para aprender o significado dos termos e expressões doutrinais das Escrituras, de modo a garantir uma sã compreensão da verdade transmitida na Palavra de Deus. Não podemos reter "a fiel palavra" (Tt 1:9), se não sabemos o seu significado! A boa notícia é que não precisamos nos matricular em uma escola bíblica ou um seminário para aprender essas coisas. Um livro simples, como este próprio volume, pode servir a esse propósito. Acreditamos que uma compreensão inteligente da revelação divina irá aumentar nossa apreciação pela verdade e pelo próprio Senhor e Sua obra consumada na cruz. Ele também irá nos ajudar, de forma prática, a ordenar nossa vida mais alinhada à mente e à vontade de Deus.

Acreditamos que este manual vai ajudar o crente em seu estudo das Escrituras, e, portanto, pode ser usado como um companheiro da Bíblia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

UNÇÃO DO ESPÍRITO

UNÇÃO DO ESPÍRITO – Este é um aspecto da habitação do Espírito Santo – O qual o crente recebe quando crê no evangelho – que lhe dá o poder para andar no caminho da fé e a capacidade de discernir entre a verdade e o erro (2 Co 1:21; 1 Jo 2:20, 27).
A habitação do Espírito é uma bênção exclusivamente Cristã. Os santos do Antigo Testamento tinham o Espírito vindo sobre eles para executar ações divinas, mas o Espírito de Deus não morava neles como Ele faz com os Cristãos. De fato, os Cristãos têm a presença do Espírito em ambos os sentidos (Jo 14:16; At 2:1-4). A diferença pode ser ilustrada em um barco a motor e um veleiro. Um tem sua fonte de energia vinda de dentro e o outro obtém sua energia vinda de fora – o vento. Os santos do Antigo Testamento eram como o veleiro, "movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1:21), quando o Espírito vinha sobre eles. Mas, como o vento que sopra, isto era ocasional. Aqueles salvos hoje, nestes tempos Cristãos, têm Sua presença divina dentro deles o tempo todo. Como o barco a motor, eles são "guiados pelo Espírito" (Rm 8:14), e isso depende de o crente se render ao controle do Espírito que habita nele. Isto tem a ver com o estar "cheio do Espírito" (Ef. 5:18). (Veja Cheio do Espírito)
A unção do Espírito de Deus foi dada ao Senhor Jesus com a finalidade de investir Seu ministério de poder. A Escritura diz: "Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude (poder); O qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo" (At 4:27, 10:38; Heb. 1:9).

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

SÉCULO



SÉCULO – Um termo que se refere a uma época ou período de tempo cujo curso já aconteceu, ou está acontecendo, ou ainda acontecerá na Terra. Esses períodos são referidos como “tempos dos séculos” (2 Tm 1:9; Tt 1:2).
O Senhor falou de dois séculos em especial em Seu ministério aqui na Terra: “o presente século” e “o século futuro” (Mt 12:32). O “presente século” é o período mosaico, que começou no monte Sinai com a entrega da Lei, e estava em curso no momento da primeira vinda do Senhor. Quando Ele foi rejeitado e expulso deste mundo, este “século” recebeu um novo carácter e agora é chamado de o “presente século mau” (Gl 1:4). Isso se refere aos “príncipes deste mundo” que cometeram o maior de todos os pecados – a crucificação do Senhor da glória (1 Co 2:6, 8). O “século futuro” é o Milênio, o reinado público de mil anos de Cristo, que ainda está por vir nos caminhos de Deus (Mc 10:30; Ef 1:21; Hb 2:5, 6:5; Ap 20:4). Houve “outros séculos” antes do período mosaico, que já terminaram o seu curso, como Paulo indica em Efésios 3:5 – tais como: o período antediluviano, o período patriarcal etc.
Alguns têm pensado que o presente chamamento de Deus pelo evangelho interrompeu o período mosaico e que ele não vai recomeçar até algum dia futuro, mas isso não é verdade. O período mosaico ainda está tendo seu curso na Terra hoje. A vinda do Espírito Santo e a introdução do Cristianismo não fez com que ele acabasse como também não iniciou um novo período. Entretanto, embora o período mosaico não esteja suspenso, o vínculo formal de Deus com Israel, como nação, está suspenso. Aqueles que creem no evangelho pregado hoje são chamados de entre os judeus e de entre os gentios para fazerem parte da Igreja de Deus. Eles são livrados “do presente século mau” e, posicionalmente, não fazem mais parte dele (Gl 1:4). A Igreja, portanto, não tem nenhuma ligação com a Terra e os períodos de tempo. Por isso, falar deste tempo presente, quando o evangelho da graça de Deus está sendo pregado no mundo, como o “período da Igreja” não é doutrinariamente correto. Os Cristãos ainda devem andar neste presente século mau, mas, posicionalmente, eles não fazem parte dele. E é triste dizer mas alguns Cristãos hoje estão deixando sua firmeza em seguir a Cristo e estão amando o “presente século” e, como resultado, estão se estabelecendo no mundo. Demas é um exemplo (2 Tm 4:10).
Este presente século está sob o controle de Satanás, que é o seu deus e príncipe (2 Co 4:4; Ef 2:2), e está avançando em direção ao julgamento. Sabemos pelas Escrituras proféticas que há pelo menos mais sete anos restantes, que terão seu início depois que a Igreja for chamada para o céu no Arrebatamento. Esses sete anos correspondem à 70ª semana de Daniel (Dn 9:27). Este século irá se encerrar na Aparição de Cristo, que é chamado, “o fim do mundo” (Mt 13:39-40, 49, 24:3, 28:20). Naquele tempo o Senhor trará “o século futuro” – o Milênio (Mt 12:32; Mc 10:30; Ef 1:21; Hb 2:5, 6:5). Quando o Milênio tiver transcorrido o seu curso de mil anos, o Estado Eterno começará (Ap 21:1-8). A Escritura chama isso de “os séculos dos séculos” (Gl 1:5 – ARA; Ef 2:7, 3:21 – TB; 1 Tm 1:17 – ARA; 1 Pe 5:11 – ARA; Ap 5:13 – ARA, 22:5 – ARA). Tecnicamente falando, não é na verdade um período, porque os períodos têm a ver com o tempo, e não há tempo na eternidade.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

ADVOCACIA



ADVOCACIA – Essa é uma das duas funções que constituem a atual obra do Senhor nas alturas em favor do Seu povo – Seu sacerdócio e Sua advocacia. Ambas têm a ver com a Sua “intercessão” por nós, mas de maneiras diferentes (Rm 8:34).
  • Sua intercessão como um Sacerdote é para a manutenção de Seu povo no caminho de fé, para que eles não venham a falhar.
  • Sua intercessão como um Advogado é para Seu povo quando eles falham.

Advocacia refere-se “àquele que assume a causa de outro”. Na Escritura, ela é aplicada ao Senhor (1 Jo 2:1) e também ao Espírito Santo (traduzido como “Consolador” em João 14:16, 26, 15:26, 16:7). A advocacia do Senhor tem a ver com a Sua obra em restaurar crentes à comunhão com Deus.
O pecado interrompe a comunhão do crente com Deus; arrependimento e confissão o restaura à comunhão com Deus (1 Jo 1:9). O problema é que, se falhamos e ficamos num caminho longe do Senhor, não temos poder para nos restaurar a nós mesmos – tal é o efeito do pecado na vida de um crente. Se deixados sozinhos, nunca voltaríamos para Deus em arrependimento e confissão. Daí vem a necessidade da obra de Cristo como nosso Advogado. Existem quatro coisas envolvidas na advocacia do Senhor:
1) ELE INTERCEDE POR NÓS (Lc 22:31-32). Ele vai ao Pai e intercede por nossa restauração. Ao mesmo tempo, mantém a nossa causa diante de Deus contra as acusações do diabo em relação aos pecados envolvidos com a nossa falha (Ap 12:10). Ele faz isso com base em haver feito “propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 2:2). Ele, por assim dizer, aponta para o sangue e diz: “Eu paguei por esses pecados.” Assim, nossa restauração está fundada sobre o que Cristo realizou na cruz.
2) ELE DIRIGE O ESPÍRITO DE DEUS PARA FAZER COM QUE A PALAVRA DE DEUS CAUSE UM EFEITO EM NOSSA CONSCIÊNCIA (Lc 22:61). O Espírito de Deus vai falar sobre o nosso estado e nossa conduta pecaminosa e vai nos ocupar com nossa falha até que a encaremos e nos arrependamos. Ele usará a Palavra de Deus para quebrar nosso coração endurecido pelo pecado (Jr 23:29). Ele pode trazer um versículo à mente – seja por ouvir, ler ou se lembrar dele – que irá falar à nossa consciência. Assim, a Palavra de Deus tem parte na restauração de nossa alma (Sl. 19:7, 119:9).
3) ELE PROVIDENCIALMENTE APLICA DISCIPLINA SANTA EM NOSSA VIDA (1 Pe 3:12). O Pai vai trabalhar para este fim também (1 Pe 1:16-17). Todas as Suas ações em nosso favor se baseiam em Seu amor por nós (Hb 12:5-11). Seu amor é tal que pode até mesmo usar algum tipo de problema (sofrimento, doença, tristeza etc.) em nossa vida para chamar nossa atenção e nos corrigir (Jó 33:14-22).
4) ELE VAI MOTIVAR NOSSOS IRMÃOS, E ELES VIRÃO A NÓS PARA NOS RESTAURAR (Gl 6:1; Tg 5:19-20). Um irmão ou uma irmã pode nos falar sobre o nosso andar, e isso pode ser usado pelo Senhor para nos fazer voltar.
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Longe esteja o pensamento que um crente possa ser achado pecando, porque isso é uma aberração no Cristianismo. Mas se pecar, 1 João 2:1-2 nos diz que a advocacia de Cristo entra em ação imediatamente. Ele diz: “se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. Note que aqui não diz, “Se alguém se volta para Deus e confessa seus pecados, o Senhor age por ele como seu Advogado”. Isto significaria dizer que Sua defesa começaria a agir quando o crente se volta para Deus em arrependimento. No entanto, o Senhor não espera que nos voltemos para Deus em arrependimento, porque Ele sabe que se deixados sozinhos, isso nunca iria acontecer. A verdade é que o crente que falha apenas se volta para Deus e confessa seus pecados, porque a obra de Cristo, como nosso Advogado, já estava operando.
J. N. Darby disse: “Alguns dizem que temos de usar a advocacia de Cristo, mas não é assim. Cristo é que a usa para nós. Por que eu me volto a Deus quando falho? É porque Ele usa a Sua advocacia, e nova graça é aplicada – nova graça opera em minha mente. Não há nada em nós que nos traga de volta a Deus, apenas a nova graça trabalhando em nossa consciência. Por isso, é dito: ‘se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai’. Não é ‘se alguém se arrepender’” (Nine Lectures on First John, pág 16). Em outra ocasião, perguntaram ao Sr. Darby “Quando é que o Senhor age como um Advogado? É quando um santo peca?” Resposta: “A Palavra não diz, se alguém se arrepender e confessar; mas, se alguém pecar, temos um Advogado”. E foi retrucado: “Então nada começa com a gente?”. Resposta: “Nada que eu saiba, a não ser o pecado. E a confissão é o efeito da advocacia” (Notes and Jotting, pág. 6).
Assim, a advocacia de Cristo não funciona como um advogado moderno, com o qual é erroneamente comparado. O advogado moderno vai trabalhar para o seu cliente quando ele solicita sua ajuda, mas a advocacia de Cristo entra em ação antes de o crente que falhou solicite a ajuda restauradora do Senhor. Tudo isso destaca a fidelidade do nosso Deus em restaurar Seu povo desobediente. Ele tem ciúmes de nossas afeições e não vai permitir que continuemos nos caminhos da injustiça para sempre. Ele pode nos permitir provar o fruto de nossos caminhos por um tempo (Pv 14:14), porque a vontade da carne precisa ser quebrada no crente desobediente, mas, custe o que custar, Ele vai trazer aquele que caiu de volta (Sl. 23:3 – “Restaura minha alma” – JND). Muitas vezes isso não ocorre até que a pessoa esteja em seu leito morte.
A intercessão de Cristo como nosso Advogado não deve ser confundida com a Sua intercessão como nosso Sumo Sacerdote. Ambas se referem ao Seu atual serviço nas alturas, mas elas são diferentes. O sacerdócio de Cristo é para sustentar o santo a fim de que ele não peque (Hb 4:14-16, 7:25-26); Sua advocacia é para restaurar um santo – se for necessário – porque ele pecou. O sacerdócio é para com Deus (Hb 2:17, 5:1, 7:25; 1 Pe 2:5) e a advocacia, para com o Pai (1 Jo 2:1). O sacerdócio de Cristo tem a ver com a contínua intercessão enquanto que Sua intercessão como nosso Advogado é apenas exercida quando necessário. (Veja: O Sacerdócio de Cristo)

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ACEITAÇÃO

ACEITAÇÃO – “Aceito” é um termo que se refere aos crentes no Senhor Jesus Cristo sendo “trazidos em favor com Deus, por receber a Cristo como seu Salvador (Rm 5:2; Ef 1:6 – JND). Como resultado, eles têm uma nova posição diante de Deus em Cristo, que está além do alcance do julgamento eterno.
Para entender corretamente a aceitação do Cristão, é necessário entender primeiro a aceitação de Cristo, pois são uma e a mesma coisa. Não só a obra de expiação de Cristo foi aceita por Deus como aquilo que satisfez as exigências da justiça divina, mas o próprio Cristo foi aceito diante de Deus. Isto é testemunhado na Sua ressurreição e ascensão (1 Tm 3:16). Deus O assentou no lugar mais alto no céu – à Sua mão direita (Ef 1:20-21; Fp 2:9-11). Ele está lá agora como um Homem glorificado com todo o favor de Deus repousando sobre Ele. A maravilha deste grande fato é que a Bíblia afirma que os crentes no Senhor Jesus estão “em Cristo” (Jo 14:20; Rm 8:1; 1 Co 1:30; 2 Co 5:17 etc.). Essa é uma expressão técnica usada nas epístolas de Paulo, para indicar que o crente está no lugar de Cristo diante de Deus. Assim, a medida da Sua aceitação é a nossa! Somos aceitos “no Amado” (Ef 1:6). O apóstolo João afirma essa mesma grande verdade: “como Ele é (aceito perante Deus no céu), nós somos também neste mundo” (1 Jo 4:17 – TB).
A Escritura indica que aqueles com fé que não tiveram o privilégio de ouvir o evangelho da graça de Deus, e que, portanto, não fazem parte da Igreja de Deus, são aceitos “com” Ele (At 10:35 – KJV). Dos Cristãos, por outro lado, é dito serem aceitos “n’Ele” (Ef 1:6). Isso indica uma relação mais próxima com o Senhor, resultante de serem habitados pelo Espírito de Deus.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

APRESENTAÇÃO E ÍNDICE



DEFINIÇÕES DOUTRINAISUm Manual de Termos Doutrinais & Expressões no Novo Testamento

B. Anstey


Originalmente publicado por:
9-B Appledale Road
Hamer Bay (Mactier) ON  P0C 1H0
CANADÁ

Primeira edição em Inglês – março 2016
Versão 1.8

Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por:
ASSOCIAÇÃO VERDADES VIVAS, uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é divulgar o evangelho e a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo.

Primeira edição em Português – maio 2018
eBook versão 1.3

Abreviaturas utilizadas:
ARC – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida – SBB 1969
ARA – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada – SBB 1993
TB   – Tradução Brasileira – 1917
ACF – João Ferreira de Almeida – Corrigida Fiel – SBTB 1994
AIBB – João Ferreira de Almeida – Imprensa Bíblica Brasileira – 1967
JND – Tradução inglesa de John Nelson Darby
KJV – Tradução inglesa King James

Todas as citações da Escritura são da versão ARC, a não ser que outra esteja indicada.


APRESENTAÇÃO

O cuidado em disponibilizar um livro deste gênero tem sido o de fornecer aos Cristãos aquilo que acreditamos ser uma representação precisa das várias verdades doutrinais que foram recuperadas nos anos de 1800. O desafio tem sido o de expor a verdade de uma forma simples e concisa para que a geração atual possa entendê-la, mas, ao mesmo tempo, ter a certeza de que a sua profundidade não seja de alguma forma perdida.
Não há a intenção de fazer desse livro um dicionário bíblico, embora ele esteja disposto em ordem alfabética como um dicionário. Portanto, não tem vocábulos referentes a pessoas, lugares e coisas. Mesmo assim, contém cerca de 150 termos e expressões doutrinárias do Novo Testamento, e poderia ser classificado como um Manual Bíblico.
Tendo agora concluído este trabalho, nós o encomendamos às mãos do Senhor, e confiamos que Ele vai usá-lo para edificar os santos na santíssima fé (Jd 20).

Fevereiro de 2.016


NOTA DOS TRADUTORES

 “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos (capazes – TB) para também ensinarem os outros” (2 Tm 2:1-2)

É com profunda gratidão a Deus nosso Pai e ao nosso Senhor Jesus Cristo, que a verdade, que de uma vez para sempre foi entregue à Igreja (Jd 3 – AIBB), foi recuperada no início de 1800 – agora mais de 190 anos atrás – e feita conhecida mais uma vez ao povo de Deus. A recuperação da doutrina de Paulo e a redescoberta do verdadeiro caráter celestial da Igreja foi dado a conhecer a muitos dos nossos primeiros irmãos que foram tão graciosamente reunidos pelo Espírito de Deus, fora do arraial (Hb 13:13), para o precioso Nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Esses homens piedosos não apenas ensinaram energicamente a verdade de forma oral, mas também foram diligentes em ensiná-la por meio de seus vários escritos – periódicos Cristãos, exposições dos vários livros da Bíblia, transcrições de muitas leituras, tratados defendendo a verdade e expondo erro doutrinário e assim por diante. Desta forma, eles procuraram passar a verdade para outra geração de crentes, como os versículos acima citados nos admoestam a fazer.
Nestes últimos dias da história da Igreja nesta Terra, Deus levantou outros que diligentemente leram aqueles escritos mais antigos, procurando andar na verdade ensinada neles, e que tentaram diligentemente ministrar as mesmas coisas a outra geração em sua totalidade. Este volume – Definições Doutrinais – é uma compilação de ensinamentos doutrinários que são vitais para entender a verdade essencial do Cristianismo. Ele foi escrito por um irmão amado no Senhor que trabalhou energicamente para passar estas coisas para outra geração. Por essa razão, a equipe de tradutores formada por alguns Cristãos reunidos pelo Espírito de Deus ao precioso Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, no Brasil, tem trabalhado para traduzir este excelente livro para a nossa língua nativa.
Expressamos nossa gratidão ao Senhor por Seu cuidado e assistência graciosos enquanto trabalhamos nesta tradução, e também queremos agradecer ao autor e sua esposa por seu tremendo encorajamento e ajuda para que este livro pudesse ser traduzido e impresso. Agora o encomendamos ao Senhor por Sua rica bênção.

“Agora pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à Palavra da Sua graça; a Ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados” (At 20:32)

Equipe de tradutores da Associação Verdades Vivas
Maio de 2018


DEFINIÇÕES DOUTRINAIS

Um Manual de Termos Doutrinais & Expressões no Novo Testamento

Bruce Anstey



ÍNDICE



INTRODUÇÃO

TERMOS DOUTRINAIS EXPLICADOS


Abominação da Desolação, A
Aceitação
Adoção (Filiação)
Advocacia
Ancião (Veja: Ofício)
Aparição de Cristo (Veja: Arrebatamento)
Apostasia
Aquisição (Veja: Compra)
Arraial, O
Arrebatamento & A Aparição, O
Arrependimento
Assembleia (Igreja)
Batismo
• batismo de Israel a Moisés
• batismo de arrependimento de João Batista
• batismo de Cristo nos sofrimentos do martírio e morte
• batismo de Cristo nos sofrimentos da expiação e morte
• batismo do Espírito Santo
• batismo do fogo
• batismo Cristão
Batismo do Espírito Santo
Bênção
Blasfêmia contra o Espírito Santo
Cabeça (Autoridade) de Cristo, A
• Cabeça da criação
• Cabeça da raça da nova da criação
• Cabeça do corpo
• Cabeça dos principados e potestades
Carne, A (Velha Natureza)
Casa de Deus, A
Certeza
Céu
Cheio do Espírito
Circuncisão
Cisma (Divisão)
Compra (Aquisição)
Comunhão
Concisão
Condenação
Confissão
Consagração
Consciência
Conversão
Corpo de Cristo, O
Deidade
Dia de Cristo, O
Dia de Deus, O
Dia do Senhor, O
Diácono (Veja: Ofício)
Disciplina
• disciplina preparatória
• disciplina purificativa
• disciplina preventiva
• disciplina punitiva
Discipulado
Dispensações
Divisões (Veja: Heresia e Cisma)
Dom
Eleito, O (Escolhido)
Em Cristo & Cristo em Você
Encarnação de Cristo, A
Esperança
Estado Eterno, O
Estado Intermediário, O
Evangelho, O
Expiação (Veja: Perdão)
• propiciação
• substituição
Extinguir & Entristecer o Espírito

Filho Eterno, O
Filiação (Veja: Adoção)
Glória
• glória divina
• glória da filiação
• glória da criação
• glória moral
• glória da redenção
• glória da preeminência
• glória do reino
Governo de Deus, O
Graça
Grande Tribulação, A 
Hades
Herança, A
Heresia
Humanidade sem Pecado de Cristo, A
Igreja (Veja: Assembleia)
Imagem & Semelhança
Imortalidade & Incorruptibilidade
Imutabilidade
Indignação, A
Inferno
Israel de Deus, O
Julgamento
• julgamento do pecado e dos pecados
• julgamento próprio
• julgamento governamental
• julgamento administrativo na assembleia
• julgamento das obras do crente
• juízo da consumação
• juízo da ceifa
• julgamento do lagar (vindima)
• julgamento em sessão
• julgamento milenar
• julgamento dos anjos (maus)
• julgamento do grande trono branco
Justiça de Deus, A
Justificação
Lago de Fogo, O (Veja: Inferno)
Lavagem (Veja: Limpeza)
Libertação
Limpeza (Lavagem)
• limpeza moral
• limpeza judicial
• limpeza prática
Livre-Arbítrio, O
Mesa & A Ceia do Senhor, A
Milênio, O
Ministério
Misericórdia & Misericórdias
Mistérios, Os
• os mistérios do reino
• o mistério da vontade de Deus a respeito de Cristo e da Igreja
• o mistério da fé
• o mistério da piedade
• o mistério da glorificação dos santos
• o mistério das estrelas e dos castiçais
• o mistério da oliveira
• o mistério da iniquidade
• o mistério da babilônia, a mãe das prostitutas
• o mistério de Deus
Morte
Mundo Vindouro, O
Mundo, O
Nova Criação
Novo Homem, O
Novo Nascimento
Ofício
Paraíso (Veja: Hades e Estado Intermediário)
Pastor
Paz
• paz em conexão com a posição do crente
  - paz com Deus
  - paz da libertação
  - paz racial
• paz em conexão com o estado do crente
  - paz de Deus
  - paz de Cristo
  - paz entre os irmãos
• paz mundial
Pecados & Pecado
Penhor do Espírito, O
Perdão (Remissão)
• perdão judicial ou eterno
• perdão governamental
• perdão restaurativo
• perdão fraternal
• perdão administrativo
Perdição Eterna
Perfeição
• perfeito em posição
• perfeito em estado
  - aperfeiçoando o foco de nossos corações
  - aperfeiçoando o nosso entendimento da revelação divina
  - aperfeiçoando a santidade em nosso andar
  - aperfeiçoando o amor de Deus em nossos corações
  - aperfeiçoando nossa maneira de servir
• perfeito na condição final
Plenitude dos Gentios, A
Posição & Estado
Predestinação
Presbítero (Veja: Ofício)
Presciência
Primeiro Homem, O
Primogênito
Profecia
Propiciação (Veja: Expiação)
Propósito & Conselho de Deus, O
Queda
Reconciliação
• reconciliação de pessoas
  - reconciliação para o agrado de divindade
  - reconciliação para o gozo do crente em Deus
  - reconciliação entre judeus e gentios no corpo de Cristo  - reconciliação anunciada ao mundo
• reconciliação de todas as coisas
Redenção
• redenção de nossas almas
• redenção do nosso tempo
• redenção de nossos corpos
• redenção de nossa herança
Regeneração
Reino, O
• o reino de Deus
• o reino dos céus
• o reino do Filho do homem
• o reino de Seu Pai
• o reino do Filho de Seu amor
• o reino do mundo do nosso Senhor e do Seu Cristo
• o reino de Cristo e de Deus
• o reino de nosso pai Davi
• o reino celestial
• o reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
Remanescente, O
Remissão (Veja: Perdão)
Resgate
Ressurreição
Restauração de Todas as Coisas, A
Reunido ao Nome do Senhor
Sacerdócio de Cristo, O
Sacerdócio dos Crentes, O
Salvação
• salvação eterna
• salvação presente
  - salvo pelo batismo
  - salvo pelo poder da vida de Cristo no alto
  - salvo pelo cuidado providencial de Deus
  - salvo pela sã doutrina
  - salvo vestindo o capacete da salvação
  - salvo pelo exercício do julgamento próprio
  - a assembleia é salva mantendo sua unidade prática
  - Israel será salvo temporalmente recebendo Cristo como seu Messias
• salvação final
Sangue de Cristo, O
Santificação
• santificação absoluta ou posicional
• santificação progressiva ou prática
• santificação relativa ou provisória
Santos & Pecadores
Século 
Segurança Eterna do Crente, A
Selado com o Espírito Santo
Senhorio de Cristo, O
Separação
Sofrimentos de Cristo, Os
• Seus sofrimentos intrínsecos
• Seus sofrimentos por empatia
• Seus sofrimentos antecipativos
• Seus sofrimentos de martírio
• Seus sofrimentos expiatórios
Sono
• sono físico
• o sono da morte
• sono espiritual
Substituição (Veja: Expiação)
Tempos do Refrigério, Os
Tempos dos Gentios, Os
Terra Profética, A
Tribunal de Cristo (Veja: Julgamento – as Obras do Crente)
Últimos Dias, Os
Unção do Espírito, A
Unidade do Espírito, A
Unigênito
Velho Homem, O
Vida Eterna
• conhecer a Deus como Pai
• crer em Cristo o Filho de Deus
• conhecer a obra consumada de Cristo na cruz
• ser habitado pelo Espírito Santo
Vinda do Senhor, A (Veja: Arrebatamento & Aparição)
Vivificação (Veja: Novo Nascimento)