quinta-feira, 11 de maio de 2017

CONSCIÊNCIA


CONSCIÊNCIA – É uma faculdade no homem, adquirida na queda (Gn 3:5-7, 22), segundo a qual ele tem um conhecimento próprio e consciente do bem e do mal. A palavra “consciência” aparece apenas uma vez no Velho Testamento (Ec 10:20 – margem KJV), mas o fato de sua presença no homem é mencionado em vários lugares. Provérbios 20:27, por exemplo, diz que funciona como “a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o mais íntimo do ventre” (“ventre” é usado como uma figura para indicar a parte mais profunda do ser). É também aludida como “uma voz mansa e delicada” no homem, segundo a qual ele sabe discernir o certo e o errado (1 Rs 19:12). Também, quando Davi fez algo errado, disse que seu coração “doeu” (1 Sm 24:5; Jó 27:6). Essas coisas são os efeitos da operação da consciência nos homens.
No Novo Testamento, a “consciência” é definida como aquela que dá testemunho nos pensamentos e no coração dos homens em relação ao bem e ao mal (Rm 2:14-15, 7:7). Um homem é capaz de condenar outro homem por sua má conduta, porque tem um padrão moral em si mesmo (pela sua consciência) que lhe permite julgar o que é moralmente certo e errado. Em Romanos 2:13-15, Paulo explica que, embora os gentios não tenham recebido a Lei de Moisés (os Dez Mandamentos), dada aos judeus, se eles seguissem sua consciência, fariam “naturalmente as coisas que são da lei”. Isso é porque os padrões morais de Deus foram escritos no coração deles. Esse testemunho interior “para si mesmos são lei”. Uma pessoa, portanto, não precisa de uma lei formal dizendo que é errado matar, roubar e cometer adultério etc., porém ela sabe que essas coisas são erradas. O Criador escreveu em nosso coração como devemos viver sendo um ser moral responsável, e nossa consciência dá testemunho disso.
Se um homem sabe que suas ações estão de acordo com essa lei interior, sua consciência é “boa” (At 23:1; 1 Tm 1:5, 19; Hb 13:18; 1 Pe 3:16, 21), “pura” (1 Tm 3:9, 2 Tm. 1:3), e “sem ofensa” (At 24:16). Se o que ele faz não é bom, sua consciência será “contaminada” (Tt 1:15; 1 Co 8:7) e “má” (Hb 10:22) e o acusará de seus erros. Se sua vida é caracterizada por más ações, sua consciência se tornará “cauterizada” (1 Tm 4:2), e ele se tornará insensível às acusações dela. Assim, nessa situação sua consciência não será mais um testemunho confiável, como visto naqueles que são descritos em Romanos 1. No entanto, os homens com consciência cauterizada ainda são responsáveis pelo que fazem.
O evangelho traz a consciência do homem para a plena luz de Deus e lhe expõe a obra consumada de Cristo na cruz. A pessoa que crê no evangelho da sua salvação é “selada” com o Espírito Santo (Ef 1:13) e recebe uma consciência “purificada” (Hb 9:14, 10:2). Isso não significa que o crente não será mais consciente de pecar, mas com respeito ao juízo eterno de seus pecados, ele entende que tudo foi levado em consideração na obra expiatória de Cristo, e sua consciência é silenciada para sempre quanto a esse assunto.

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