terça-feira, 26 de setembro de 2017

PASTOR


PASTOR – EEsse é um dos dons que Cristo, a Cabeça da Igreja, deu à Igreja quando subiu ao céu. “Pastor” (Ef 4:11), refere-se a homens que foram dotados de capacidades espirituais para guiar e aconselhar os santos em questões práticas e, portanto, podem cuidar do estado espiritual do rebanho. Uma das capacidades especiais que um pastor tem é “a palavra da sabedoria” (1 Co 12:8). Essa é a capacidade dada por Deus para expressar a sabedoria divina em palavras pelas quais os santos são ajudados na sua caminhada com o Senhor. É por isso que essas capacidades são chamadas de “palavra” da sabedoria.
É triste dizer que os homens inventaram uma posição na Igreja (um clérigo) que não existe na Palavra de Deus e que sequestraram o termo “pastor” e o conectaram a essa posição criada pelo homem. Essa posição é ocupada por um homem ou uma mulher, formalmente treinado em um seminário e ordenado por homens com a finalidade de pregar e ensinar numa congregação Cristã. Essa posição não bíblica tem sido aceita pelas massas na profissão Cristã há séculos. Há tanto tempo existe e está tão difundida que é aceita de forma incontestada como sendo o ideal de Deus. Ela pode ser vista desde a basílica de São Pedro, em Roma, até a menor capela evangélica num campo.
Os irmãos nos anos 1800, que foram envolvidos na recuperação de muitas verdades para a Igreja, que tinham sido perdidas há séculos, procuraram na Escritura para ver se a posição de um clérigo era bíblica e descobriram que não era. W. T. P. Wolston disse de forma sucinta: “Há uma noção na Cristandade de que um pastor é um homem colocado sobre uma congregação. A ideia está na mente das pessoas, mas não na Escritura!” (The Church: What Is It? pág. 173). Esses homens (nos anos 1800) viram na Escritura que Cristo prometeu estar “no meio” daqueles a quem o Espírito de Deus reuniu para o Seu nome (Mt 18:20). E, com Alguém tão grande e tão competente como Ele, presente entre os santos reunidos, não é necessário nomear um homem para liderar e guiar a congregação – independentemente de quão dotado essa pessoa possa ser. C.H. Mackintosh disse: Se Jesus está em nosso meio, por que deveríamos pensar em estabelecer um homem como dirigente? Por que não permitir, unanimemente e de todo o coração, que Ele ocupe a cadeira do Líder e nos inclinemos a Ele em todas as coisas? Por que estabelecer uma autoridade humana, qualquer que seja sua forma, na casa de Deus?” (The Assembly of God, pág. 23).
Estabelecer um homem na assembleia para conduzir as reuniões e administrar a Ceia do Senhor é um grave erro eclesiástico. Não há sequer insinuação de tal coisa na Palavra de Deus, como um homem sendo separado para isso, mesmo que fosse um apóstolo. A Escritura simplesmente diz: “ajuntando-se os discípulos para partir o pão” (At 20:7). Independentemente do fato de que a Escritura ensina que os crentes devem se reunir para adoração e ministério, ao nome do Senhor somente, esperando a direção do Espírito para guiá-los, dificilmente se encontrará uma reunião de oração sem que alguém (um líder de oração) seja nomeado para conduzi-la. Isso nada mais é do que o homem usurpando o lugar de Cristo e do Espírito Santo na assembleia!
Todos os grupos Cristãos dirão que eles reconhecem a presença do Espírito em seu meio, mas a prova de que realmente cremos no poder e na presença do Espírito na Igreja será demonstrada ao permitirmos que o Senhor dirija as coisas nas reuniões da Igreja pelo Espírito. O que a Escritura requer de nós é fé no poder do Espírito, ao deixá-Lo em Seu devido direito de empregar quem Ele quiser para falar nas reuniões. Se foi pelo poder do Espírito que Deus criou o mundo e tudo o que nele há (Jó 26:13, 33:4; Gn 1:2), certamente o Espírito é capaz de guiar alguns Cristãos que estão reunidos para adoração e ministério! Na verdade, a Escritura diz que esta é uma das razões por que o Espírito foi enviado para habitar na Igreja (1 Co 12:4-11). Assim, desde o momento em que o Espírito de Deus foi enviado ao mundo no Pentecostes, será inútil procurarmos no Novo Testamento qualquer tipo de posição na Igreja que, mesmo de longe, se assemelhasse à de um clérigo.
A Escritura não ensina que deve haver um homem na congregação que tenha o direito oficial ao ministério. De fato, ensina que a cada membro do corpo de Cristo foi dado um dom (1 Co 12:7; Ef 4:7; 1 Pe 4:10; Rm 12:6-8) e todos os que têm um dom para ministrar da Palavra de Deus devem ter liberdade para exercer o seu dom na assembleia, conforme o Espírito conduzir (1 Co 12:7-10). No entanto, a posição de um clérigo impede essa manifestação do Espírito nas congregações Cristãs (1 Co 12:1 – JND).
Todo o processo de treinamento e ordenação de um pastor/ministro também é uma invenção humana. Não há uma pessoa na Bíblia que tenha sido ordenada pelos homens para pregar a Palavra para a Igreja! W. Kelly disse: “Na verdade, com relação ao que o Novo Testamento fala – e ele fala de forma completa e precisa – nunca alguém foi ordenado pelo homem para pregar o evangelho” (Lectures on the Church of God, pág. 183). As pessoas geralmente respondem: “Mas os homens foram ordenados na Bíblia”. Sim, a Bíblia nos diz que Paulo e Barnabé ordenaram anciãos em cada cidade em uma de suas jornadas missionárias (At 14:23). Mas não há um único exemplo na Escritura onde Paulo, Barnabé, Tito etc., tenham ordenado um pastor, mestre ou evangelista com a finalidade de pregar e ensinar!
Alguém professar ter o poder de ordenar é igualmente algo sem propósito. Todo o valor da nomeação de uma pessoa para um ofício depende da validade do poder daquele que faz a nomeação. A Escritura não permite nenhum poder de nomeação, exceto o de um apóstolo, ou de um enviado que tenha recebido de um apóstolo uma comissão para esse propósito. Mas onde há, nos dias de hoje, alguém que possa comprovar adequadamente ter uma comissão apostólica para a atividade de nomeação? A Palavra de Deus nem sequer sugere a continuação desses poderes de ordenar. W. Kelly concluiu: “Minha afirmação é que, nesta questão da ordenação, a Cristandade perdeu a mente e a vontade de Deus, e é ignorante, mas não sem pecado, lutando por uma ordem própria, que é mera desordem diante de Deus” (Lectures on the Church of God, pág. 192). É claro que aqueles que professam poder ordenar hoje não têm qualquer autoridade de Deus para isso.
As organizações da igreja na Cristandade não apenas criaram uma posição que não existe na Palavra de Deus, mas também atribuíram vários títulos a essa posição que também não têm a sanção de Deus. É verdade que as palavras “ministro” e “pastor” são mencionadas na Bíblia, mas nunca são usadas como títulos. Um “pastor” é um homem dotado de capacidades espirituais para guiar, aconselhar e pastorear os santos em questões práticas da vida Cristã – não o título de clérigo. A Palavra de Deus ensina que pastores são apenas um dos muitos dons que Cristo deu (Ef 4:11). Por que estabelecer esse dom na igreja com um título oficial e atribuir a essa pessoa preeminência sobre os outros? A Escritura condena a entrega de títulos lisonjeiros aos homens (Jó 32:21-22). Uma denominação chama seu clérigo “Padre (Pai)”, mesmo tendo o Senhor dito para que não se fizesse isso (Mt 23:9). Outras organizações da igreja usam o título “Doutor”. (A palavra “doutor” vem do latim docere, o que significa ensinar, ou seja, um professor). Outras denominações usam o título, “Reverendo”. Isso é ultrajante; a Bíblia nos diz que “Reverendo” é um dos nomes do Senhor! (Sl 111:9 – KJV)

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