quinta-feira, 11 de maio de 2017

CONVERSÃO

Refere-se ao coração de alguém ser movido em direção a Deus (Sl 19:7, 51:13; Jr 31:18; Ez 33:11; Lc 1:16). Inicialmente, a conversão ocorre quando uma pessoa nasce de Deus (Mt 18:3; At 3:19, 15:3, 26:18; 1 Ts 1:9 etc.), mas não é usada exclusivamente para o novo nascimento e salvação da pessoa, como muitos pensam. Se, mais tarde, na vida de um crente, ele se tornar descuidado em sua caminhada e voltar para o mundo, ele precisará se converter novamente. Assim, é possível que alguém seja convertido mais de uma vez – mas é uma coisa triste, de fato, se ele precisar de conversões subsequentes. Isso não significa que, se um crente falha, ele perde a salvação e precisa ser salvo de novo, mas precisa que seu coração volte ao Senhor para que sua comunhão com Deus seja restaurada.

W. Kelly disse: “A Escritura emprega isso (a conversão) não apenas para quando alguém se volta inicialmente para Deus, mas para quando essa volta para Ele acontece por alguém ter dado um passo em falso. Essa é realmente a principal diferença entre conversão e vivificação. Pois a vivificação só pode ocorrer uma vez, mas a conversão pode ser repetida” (Lectures Introductory to the Study of Minor Prophets, pág. 378).

Tiago disse: “Irmãos, se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados” (Tg 5:19-20). Ao dizer: “Irmãos, se algum de entre vós ..., está claro que Tiago estava se referindo aos crentes. Os verdadeiros crentes podem andar “desviados da verdade” e falhar, e se o fizerem, precisam ser convertidos de novo. A “morte” de que Tiago fala aqui é a morte física, a qual Deus pode permitir na vida de um crente desobediente como um julgamento governamental, se ele não se arrepender (1 Jo 5:16; 1 Co 5:2, 11:30; Êx 30:21; Ec 7:17). Isso não significa que um crente que morre sob a mão do juízo governamental de Deus perde a salvação de sua alma, pois as condutas governamentais de Deus com Seu povo dizem respeito apenas ao seu tempo na Terra e não tocam sua posição e destino eternos.

O apóstolo Pedro é um exemplo de um crente que teve uma segunda conversão. Disse-lhe o Senhor: “Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22:31-32). Pedro havia conhecido o Senhor no início do Seu ministério e se converteu naquele tempo. Depois de uns três anos e meio Pedro O negou e, consequentemente, precisou se converter novamente (Mc 16:7; Lc 24:34; Jo 21:15-19). Note que o Senhor não orou para que a salvação da alma de Pedro e sua segurança eterna não “falhassem” – porque não podem falhar, mas que sua não falhasse quando seu coração se afastasse do Senhor.

O “convertido” de Tiago 5:19 e Lucas 22:32 são traduzidos por J. N. Darby como “restaurado”, a fim de ajudar a distinguir a conversão inicial de alguém de uma conversão posterior que ele possa ter. Mas W. Kelly afirma que traduzir esses versículos como “restaurado” é realmente uma interpretação, porque o significado literal da palavra é convertido, o qual significa ter novamente o coração voltado para Deus (Lectures Introductory to the Study of the Minor Prophets, pág. 378).

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