JULGAMENTO – A Escritura fala
de pelo menos doze julgamentos
diferentes:
1) Julgamento do
pecado e dos pecados
2) Julgamento
próprio
3) Julgamento
governamental
4) Julgamento
administrativo na assembleia
a) Uma pessoa mundana – (falha em seu andar)
b) Uma pessoa heterodoxa[1]
(falha em sua doutrina)
c) Uma pessoa divisiva – (herética em seu espírito)
5) Julgamento das
obras do crente
1) Julgamento do
pecado e dos pecados
Esse
é o maior de todos os julgamentos na Escritura. Tem a ver com o que Deus
realizou para Sua própria glória e para a bênção do homem, por meio do
sacrifício de Cristo na cruz. Como o Emissário do pecado, Ele levou o juízo de
todo o contágio do pecado na criação (Hb 2:9, 9:26; Rm 8:3). Isso não significa
que todos os homens são libertados do julgamento de seus pecados e são salvos,
mas que, pela obra de Cristo na cruz, a salvação dos homens é agora possível,
porque a “propiciação” foi feita “pelos (pecados) de todo o mundo” (1 Jo
2:2).
2) Julgamento
próprio
Isso
tem a ver com o crente não se poupando, mas julgando todo mau pensamento,
palavras vãs e más ações em sua vida, de modo a manter uma boa consciência e
assim poder desfrutar a comunhão ininterrupta com Deus (1 Co 11:31a). A
circuncisão de Israel em Gilgal é uma figura disso – representando o corte
(julgamento) da atividade da carne em nossa vida (Js 5). Quando eles vieram
daquele lugar, foram vitoriosos sobre seus inimigos (Js 10:7, 43 etc.), mas
quando eles negligenciaram ir a Gilgal antes de encontrar seus inimigos, foram
derrotados (Js 7:1-5).
3) Julgamento
governamental
Esse
tipo de julgamento tem a ver com a maneira atual de Deus tratar o Seu povo que
deliberadamente se desvia d’Ele (1 Co 11:32; 1 Pe 1:17, 3:12b, 4:17). A
extensão dessa ação governamental ocorre apenas durante o tempo em que o povo
está na Terra; não tem nada a ver com seu destino eterno. Não envolve apenas os
crentes, mas diz respeito a todos os que estão na casa de Deus – incluindo os
crentes meramente professos e aqueles que estão fora da casa. Em relação aos
crentes, poderia ser chamado de “o governo do Pai” (1 Pe 1:17), e, em conexão
com os incrédulos, poderia ser chamado de “o governo de Deus” (2 Pe 3).
O
julgamento governamental pode ser sentido na vida de uma pessoa, por Deus
providencialmente permitir que certas coisas negativas aconteçam a ela para que
colha o que semeou (Gl 6:7-8). Como o Senhor tem “todo poder” no céu e na Terra (Mt 28:18), Ele pode tocar em nossa
vida de várias maneiras, se assim Ele o quiser. Para o crente, esse tipo de
julgamento tem como objetivo chamar sua atenção e levá-lo a julgar o que quer
que seja que o Senhor trate em sua vida que esteja inconsistente com a Sua
santidade. Mesmo depois de termos tratado coisas que não estão corretas em
nossa vida, o Senhor pode ainda nos deixar continuar sob os efeitos de Seu
julgamento governamental para nos manter humildes e dependentes (2 Sm 12:10).
4) Julgamento
administrativo na assembleia
Uma
assembleia, que seja conforme a Escritura, exercerá disciplina quando
necessário. A assembleia é responsável por manter a santidade e ordem na casa
de Deus e deve lidar com os problemas antes que saiam de seu controle. Se a
assembleia puder corrigir o curso que uma pessoa está seguindo antes de chegar
ao ponto em que deva afastá-la da sua comunhão, terá feito um bom trabalho e
libertado tal pessoa de muitos problemas e tristezas em sua vida (Tg 5:19-20).
Isso mostra que a maior parte de toda a disciplina da Igreja deve ser exercida
em relação a uma pessoa quando ela ainda está em comunhão.
Existem
três áreas principais de preocupação
em que uma pessoa pode falhar e um julgamento administrativo de excomunhão pode
ser necessário. Os seguintes cenários dão o procedimento geral. Isso não pode ser considerado regra e tratado como se
estivéssemos consultando um manual. Cada caso deve ser tratado na sua própria
importância e com discernimento espiritual (Gl 6:1)
a) Uma pessoa mundana – (falha em seu andar)
Isso
se aplicaria a uma grande variedade de desordens morais (1 Co 5:11 etc.).
Aqueles que têm o cuidado do rebanho em seu coração devem tentar “restaurar” uma pessoa surpreendida em
uma falha (Gl 6:1; Jo 13:14). Eles procurarão alcançar a consciência da pessoa
de forma gentil e atenciosa num esforço de afastá-la do curso em que possa
estar. Se isso não a alcançar, o próximo passo será “avisá-la” com uma repreensão privada (1 Ts 5:14). Se a pessoa
persiste em seu curso, mas não está em algum pecado em particular que exija ser
tirada de comunhão, aqueles que têm o cuidado podem encorajar os santos a se “apartar” da pessoa num esforço para
alcançá-la (2 Ts 3:6-15). Se um determinado pecado que requer excomunhão se
tornar manifesto, a assembleia deve então agir executando uma decisão de
“ligar” para “tirar” essa pessoa (Mt
18:18-20; 1 Co 5:4, 11-13).
b) Uma pessoa heterodoxa[1]
(falha em sua doutrina)
Se
alguém adota uma doutrina errônea, aqueles que têm o cuidado devem “adverti-lo” a não ensinar nenhuma
outra doutrina além do que é ortodoxo[2] (1
Tm 1:3). Se ele insiste em propor suas ideias errôneas, a assembleia é
responsável por “julgar” seus
ensinamentos, pedindo que ele cesse e desista de ministrar nas reuniões (1 Co
14:29). Se as doutrinas da pessoa são de natureza blasfema, tocando a Pessoa e
a obra de Cristo, a assembleia deve colocá-la fora de comunhão, porque seus
ensinamentos contaminarão os outros (Gl 5:9). O apóstolo Paulo fez isso com
Himeneu e Alexandre, entregando-os a Satanás para que fossem “ensinados por disciplina a não blasfemar”
(1 Tm 1:20 – JND). A assembleia não pode entregar alguém diretamente a Satanás
como um apóstolo poderia fazer, mas pode colocá-lo fora de sua comunhão, onde
Deus julga.
c) Uma pessoa divisiva – (herética em seu espírito)
Isto tem a ver com uma pessoa que cria
uma separação na assembleia, tendo um espírito de partidarismo em alguma
questão. É um mal eclesiástico e o mais difícil de todos os males de se
detectar e de se lidar. Uma vez que isso prejudica a unidade da assembleia, ele
precisa ser detido. Em primeiro lugar, os irmãos devem se “desviar” daqueles que causam tais divisões (Rm 16:17-18). Isso não
está falando daqueles que seguem em
divisões, mas daqueles que as “causam”
– os instigadores da divisão. Uma repreensão pública é apropriada quando alguém
divide os santos de alguma forma (Gl 2:12-14; 1 Tm 5:19-20). Se a pessoa
continua a forçar suas questões e dividir o rebanho, a assembleia tem motivos
para colocá-la fora de comunhão. Semear discórdia entre os irmãos é uma “abominação” (Pv 6:16-19), uma obra da
carne (Gl 5:20), e pessoas que assim dividem os santos devem ser colocadas fora
de comunhão. (Veja: Heresia)
Existem três
razões principais porque a assembleia deve executar julgamentos
administrativos.
Em primeiro lugar, a assembleia é
responsável por não permitir que o nome do Senhor seja associado ao mal diante
do mundo (2 Co 7:11).
Em segundo lugar, a santidade na
assembleia deve ser mantida para que seja conservada como um lugar adequado
para a presença santa de Deus (Ef 2:22; Sl 93:5) e impedir que o caráter de
fermento do pecado afete a outros (1 Co 5:6-8; Gl 5:9-12).
Em terceiro lugar, é praticada com o
objetivo de corrigir e restaurar o ofensor. Ele é colocado fora e não devemos
nos socializar com ele (1 Co 5:11), para que ele possa ser levado ao
arrependimento e ser restaurado ao Senhor. Quando a pessoa está arrependida, a
assembleia deve recebê-la de volta à comunhão (2 Co 2:6-8). Esse desligamento
de uma decisão de “ligar” é também uma ação administrativa da assembleia (Mt
18:18).
5) Julgamento das
obras do crente
Esse
julgamento está relacionado aos crentes e ocorrerá no céu após o Arrebatamento,
no “Tribunal de Cristo” (Rm
14:10-11; 2 Co 5:10). O propósito disso não é determinar se a pessoa que está
sendo examinada é apta para o céu – o que foi estabelecido pela sua fé no que
Cristo realizou na cruz (Jo 5:24; Rm 8:1) – mas para encontrar coisas em sua
vida que foram feitas para o Senhor e para recompensá-la devidamente. Alguns
Cristãos veem o tribunal de Cristo com tremor, mas não temos nada a temer
porque não será um julgamento de nossos pecados no sentido penal.
Não
é a pessoa que está sendo julgada no
tribunal de Cristo, mas suas obras. O
aspecto do julgamento de Cristo com os crentes é como o de um juiz em uma exposição
de arte, não como juiz em um tribunal. Sabemos disso “para que no dia do juízo tenhamos confiança” (1 Jo 4:17).
Alguns
têm pensado que essa revisão diz respeito apenas aos nossos pecados depois de
termos sido salvos. Mas isso não é o que a Escritura ensina. Ela diz: “o que tiver
feito por meio do corpo” (2 Co
5:10). Para enfatizar esse ponto, C. H. Brown habilmente perguntou: “Você
estava em seu corpo antes de ser salvo? Sim, você estava; então será uma
manifestação de toda a sua vida”. E. Dennett disse: “A totalidade de nossa
vida, o significado de cada ato, seus motivos assim como seus objetivos, serão
tornados claros para nós – claros quanto à fonte de todos eles, se nossas atividades
surgiram da energia da carne ou se foram produzidas pelo Espírito de Deus” (Christ the Morning Star, pág. 37).
Cada
vez que o tribunal de Cristo é mencionado no Novo Testamento, ele é visto de
uma perspectiva diferente. Ao juntar essas referências, aprendemos que o Senhor
examinará todos os aspectos da nossa vida. As áreas de revisão são:
- Nossos caminhos (2 Co 5:9-10).
- Nossas palavras (Mt 12:36).
- Nossas maneiras de servir (1 Co 3:12-15).
- Nossos pensamentos e motivos (1 Co 4:3-5).
- Nossos exercícios pessoais em relação a questões de consciência (Rm 14:10-12).
Há
dois motivos principais para o tribunal de Cristo: um tem a ver com efeitos
futuros e o outro com efeitos presentes.
Quanto
aos efeitos futuros do tribunal, o
grande resultado da revisão será o aumento do louvor eterno de Deus e Seu
Filho! Isso será realizado de três maneiras:
a) O Senhor magnificará a graça de Deus
diante de nossos olhos, de forma que nossa apreciação, por aquilo que Ele fez
para nos salvar será aprofundada significativamente em nossa alma. Isso exigirá
a revisão de nossa vida inteira, onde veremos nossos pecados à luz de um Deus
infinitamente Santo. J. N. Darby disse: “Naquele dia, aprenderemos a verdadeira
maldade de nossa carne”. Perceberemos que nossa dívida era muito maior do que
pensávamos. Então, o Senhor nos mostrará a grandeza de Sua graça que suplantou
a tudo e tirou nossos pecados sobre um justo fundamento que custou a Cristo as
agonias da cruz. Veremos com maior profundidade do que nunca, que “onde o pecado abundou, superabundou a
graça” (Rm 5:20). Como resultado, uma clamorosa erupção de louvores
ecoará dos redimidos.
b) Ao rever nossa vida, o Senhor revelará
a sabedoria de Seus caminhos para conosco na Terra. Ele nos levará através dos “porquês”
e os “para quê” em nossa vida, passo a passo, e nos mostrará que Ele não
cometeu nenhum erro no que permitiu que acontecesse. Naquele dia, Ele irá
responder a todas as nossas perguntas difíceis sobre essas coisas. Quando
olhamos nossa vida agora, pode parecer uma confusão emaranhada, mas naquele dia
conheceremos o significado e a razão de tudo – tudo terá o perfeito sentido (Rm
8:28). Ele vai nos mostrar que havia “necessidade de ser” para tudo (1 Pe 1:6).
Conheceremos de maneira mais profunda a verdade do Salmo 18:30: “O caminho de Deus é perfeito”. E nós O
louvaremos por isso.
c) O Senhor usará a ocasião para
determinar nossas recompensas no reino. Naquele dia, Ele encontrará algo para
recompensar na vida de cada Cristão (1 Co 4:5; Mt 25:21). Ele não perderá nem a
menor coisa que tenha sido feita pelo Seu nome, e nos recompensará por isso (Mt
10:42). Quando virmos as recompensas que Ele nos dará – muitas das quais serão
para coisas que teremos esquecido – haverá um fluxo ainda maior de louvores que
se derramarão de nosso coração para Ele.
Quanto
ao efeito presente do tribunal, uma
percepção consciente do que isto envolve, motiva o Cristão a servir o Senhor
agora, enquanto há oportunidade. Sabendo que tudo o que fazemos por Ele agora
será recompensado e que há pessoas que estarão diante do tribunal de Cristo em
seus pecados para serem sentenciados a uma eternidade perdida no inferno (se
eles não se salvarem), deveria nos motivar a ocupar-nos no Seu serviço e “persuadir os homens” a se “reconciliar a Deus” (2 Co 5:11, 20 –
JND).
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Alguns
então em dúvida se a revisão ante o tribunal será uma manifestação pública de
nossa vida diante de todos os santos no céu, ou um assunto privado. J. N. Darby
foi convidado a responder a esta pergunta no Bible Treasury (W. Kelly - editor). Pergunta: “Em 2 Coríntios 5:10,
a manifestação será diante dos irmãos ou diante do Senhor somente?” Resposta: “Não
encontro nada na Escritura que fale de manifestação diante de irmãos...” (Bible Treasury, vol. 1, pág. 243; Collected
Writings, vol. 13, pág. 359).
W.
Scott disse: “Todos sairão do tribunal como um assunto entre cada um e Deus.
Não será uma exposição pública diante dos outros” (Exposition of the Revelation, pág. 399).
E.
Dennett disse: “O tribunal de Cristo... Tudo isso nos será manifestado naquela
oportunidade na paciente graça de nosso bendito Senhor, para nós
individualmente, não necessariamente para os outros em público” (Christ the Morning Star, págs. 36-37).
H.
D. R. Jameson disse: “‘Devemos todos comparecer (ou, como deveria ser lido, ser
manifestados) diante do tribunal de Cristo’. Note-se, no entanto, que a palavra
é ‘manifestados’, não ‘julgados’, pois nenhum santo jamais entrará em
julgamento (Veja Jo 5:24)... embora nossa manifestação leve tudo à vista (não
publicamente, eu julgo, mas como entre o indivíduo e o Senhor)” (Scripture Truth, vol. 1, págs. 317-318).
H.
D’A. Champney disse: “Embora seja o tribunal de Cristo, Ele não nos julgará
como se fossemos criminosos, mas sim manifestará todos os nossos atos e
caminhos... Não creio que Ele nos exporá diante de outros, porém para nós
mesmos, e isso também para magnificar Sua graça e amor que nunca nos desamparou”
(Wonderful Privileges – The Bride of Christ, pág. 10).
F.
B. Hole disse: “Ele os conduziu à parte privadamente. Assim será com todos nós
quando nos achegarmos a Ele em Sua vinda. Isso significará ser manifestado
diante de Seu tribunal, e será na privacidade e no descanso de Sua presença” (The Gospels and Acts, pág. 162).
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Os
“todos”, em 2 Coríntios 5:10, inclui
todos os homens. Isso significa que o tribunal de Cristo realmente se estende
até ao julgamento dos incrédulos no grande trono branco. Embora o caráter do
julgamento seja completamente diferente. H. D. R. Jameson disse: “Quanto às
palavras ‘todos’, é evidente a
partir do contexto que o pensamento do apóstolo inclui a apresentação de todos
os homens diante do tribunal (o ‘todos’ no versículo 10 alcança seu escopo no
pleno significado do ‘todos’ do versículo 14), e como foi indicado pelo falecido
Sr. Kelly, a construção grega é, portanto, diferente daquela encontrada em tal
Escritura como 2 Coríntios 3:18, onde apenas os crentes são incluídos” (Scripture Truth, vol. 1, pág. 318).
6) Juízo da
consumação
Esse
é um julgamento que o Senhor executará sobre os judeus apóstatas no final da grande
tribulação, pouco antes d’Ele
aparecer vindo do céu (Is 10:22-23, 28:22; Dn. 9:27b). Uma vez que ocorrerá antes de Sua Aparição, será executado
indiretamente por meio de um instrumento levantado por Deus – o rei do Norte e
sua confederação árabe (Sl 83:1-8; Dn 11:40-42; Jl 2:1-11 etc.). Esses
exércitos devastarão a terra de Israel do Norte até ao Sul, matando cerca de
dez milhões dos quinze milhões de judeus que terão voltado à sua pátria
naqueles dias (Zc 13:8).
7) Juízo da ceifa
Isso tem a ver com o julgamento do
Senhor sobre as nações Cristianizadas no Ocidente (Mt 13:38-42; Ap 14:14-16).
Ele será executado quando o Senhor aparecer (Mt 24:27, 30; 2 Ts 1:7-9; Jd
14-15; Ap 1:7, 3:3, 11:15 etc.). Quando o Senhor vier do céu como um Rei
Guerreiro, destruirá os exércitos da besta e lançará o seu líder (com o anticristo)
no lago de fogo (Ap 16:13-15, 19:11-21). Naquele tempo, o Senhor “enviará Seus anjos” para expurgar “o reino dos céus” (isto é, a
Cristandade) dos incrédulos. Esses serão crentes meramente professos e que
abandonaram a fé em Deus – apóstatas, ateus etc. Todos esses serão lançados
diretamente no lago de fogo, sem ver a morte (Mt 13:40-42, 49, 24:39-42). É
chamado o julgamento da “ceifa”
porque é um trabalho discriminatório de separar o “joio” (o ímpio) de entre o “trigo”
(o justo). Os ímpios serão retirados em juízo e os justos viverão no reino
milenar de Cristo. Isso é o contrário do que acontecerá no Arrebatamento. No
Arrebatamento, o Senhor tira os crentes da Terra (1 Ts 1:10, 4:15-18) e deixa
os incrédulos para entrarem no período da tribulação (Mt 25:10-12).
8) Julgamento do
lagar (Vindima)
Depois que o Senhor retorna (Sua
Aparição) e destrói os exércitos do Ocidente e os exércitos do rei do Norte,
Ele irá restaurar um remanescente de todas as doze tribos de Israel para Si
mesmo. Então, enquanto Israel recém-restaurado estiver habitando com segurança
em sua terra sob a proteção do Senhor, uma confederação final dos exércitos
gentios sob Gogue (Rússia) fará um ataque contra eles (Ez 38-39). O Senhor
defenderá Israel desses exércitos rugindo de Sião para destrui-los. Esse é o
julgamento do “Lagar” (Vindima) (Ap 14:17-20; Is 63:1-6; Jl 3:12-14). É chamado
de “o lagar” porque, como as uvas em um lagar são esmagadas
indiscriminadamente, assim será o julgamento dos pecadores nesta enorme
confederação. Esse julgamento contrasta com o julgamento da ceifa no qual
alguns são selecionados para julgamento e outros não. O Senhor sairá de
Jerusalém para a terra de Edom (uma terra transjordaniana a cerca de 320
quilômetros a sudeste de Israel – Ap 14:20) e destruirá o longo comboio de
exércitos confederados de Gogue que se reunirão lá (Is 34:1-10, 63:1-6; Hc
3:3-16). Esse julgamento marcará o fim de todas as guerras (Sl 46:9; Zc 9:10).
9) Julgamento em
sessão
Após os juízos marciais do Senhor terem
terminado (a Ceifa e o Lagar), Ele conduzirá uma sessão de julgamento em
conexão com o remanescente das nações gentias que estão situadas fora da terra profética (Mt 25:31-46).
Uma vez que todos os poderes hostis terão sido subjugados pelos anteriores
juízos marciais do Senhor, esse será um julgamento pacífico diante do “trono da Sua glória”. Esse trono não
estará no céu, mas na Terra. Não será o julgamento dos mortos, como o julgamento
do “grande trono branco” (Ap
20:11-15), mas sim um julgamento de pessoas vivas entre as nações remotas do
mundo. O critério pelo qual as pessoas dessas nações serão julgadas será simplesmente
se elas foram ou não hostis aos mensageiros do evangelho do reino (“Meus irmãos”) – não se elas
pessoalmente creram na mensagem. Aqueles que foram hostis em relação aos
mensageiros do Senhor e rejeitaram sua mensagem serão julgados como uma nação “bode”, e os indivíduos culpados
daquela nação serão lançados no lago de fogo pelos anjos que serão os
executores deste julgamento (Mt 25:31).
10) Julgamento
milenar
Quando Cristo estabelecer Seu reino
milenar, Ele “reinará com justiça”
(Is 32:1, 61:11). O mundo inteiro será obrigado a viver em justiça no que o
Senhor chamou de “a regeneração” (Mt
19:28), e aqueles que optarem por fazer de outra forma serão mortos
(providencialmente) por um julgamento do Senhor. Na manhã do dia seguinte, o
ofensor cairá morto! (Sl 34:12-16, 101:5-8; Sf 3:5; Zc 5:1-4)
11) Julgamento dos
anjos (Maus)
Após o Milênio, no fim do tempo, haverá
o julgamento dos anjos maus (1 Co 6:3), e eles serão lançados no lago de fogo
com o diabo (Mt 25:41). Os santos glorificados estarão envolvidos na avaliação
desse julgamento. O julgamento determinará o grau de punição atribuído a cada
anjo caído. Os anjos bons ou “eleitos”
(1 Tm 5:21) não fazem parte deste julgamento; eles não precisam ser julgados.
12) Julgamento
do grande trono branco
Esse julgamento também ocorrerá no final
do Milênio, quando o tempo tiver acabado. Ele trata dos mortos ímpios. Todos os
que morreram em seus pecados sem fé, desde o início até o fim do tempo serão
julgados pelo Senhor em Seu “grande
trono branco” (Is 24:22, Ap 20:11-15). Os mortos ímpios serão ressuscitados
naquele momento e serão sentenciados pelos pecados que cometeram (Ap 20:13).
Eles serão lançados no lago de fogo (inferno) e punidos lá eternamente (Mt
25:46). O seu julgamento será “segundo
as suas obras”. Isto significa que alguns no inferno sofrerão mais, e outros
menos, porque todos têm uma quantidade diferente de pecados e um grau diferente
de responsabilidade (Lc 12:47-48). Deus não permitirá que ninguém sofra na
eternidade por algo que não fez. Não haverá crianças ou pessoas com
deficiências mentais punidas nesse julgamento (Mt 18:10); Deus não
responsabiliza pessoas por suas ações se não forem mentalmente capazes. Os “grandes e pequenos” que serão julgados
naquela época não são crianças e adultos, mas pequenos pecadores e pecadores
proeminentes deste mundo que morreram em seus pecados.
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